domingo, 13 de setembro de 2015

Queen of sorrow and all this hell within

Tava escutando Black Label Society e comecei a escutar essa música. Saiu esse texto aí ;) p.s.: a imagem é do Pinterest

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Ela andava por aí vestindo sua máscara de dor. Não queria falar com ninguém. Era dura na queda. Já carregava na sua bagagem mental uma lista enorme de decepções. De desapontamentos. Era expert em quebrar a cara. Ninguém sabia de onde ela era, ou o que tinha acontecido. Ela só queria ficar sozinha.

Nenhuma garrafa de vinho aguentaria durante a história que ela tem pra contar. Seus olhos, quando eram vistos, eram sempre perdidos. Distantes. Como se sempre olhassem pras coisas e não vissem nada. Como se estivessem perdidos dentro de sua própria mente. Ela formou uma couraça de dor e depois disso nada mais a decepciona. "A vida é decepcionante.", disse o pai dela quando ela era criança. Como estava certo aquele cara.

Ela nem chora mais. Só vê tudo acontecer, o circo passar e a banda tocar, sem se abalar com nada. Ela é daquelas que já chorou de mais por quem merecia de menos. Ela não queria ser sozinha. Não queria usar essa máscara de dor. Mas ela é sozinha. Ela usa a máscara de dor. E a máscara de dor nada mais é que o seu sorriso.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Here without you.


Esse texto surgiu quando eu estava escutando Here Without You, do 3 Doors Down. Pra sentir a vibe do texto, escute a música e relembre um clássico da dor de cotovelo


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Merda. Difícil começar o dia sem café. Difícil começar esse texto sem café. Mas o mais difícil mesmo é olhar essa chuva inquietante e ininterrupta que continua a bater na minha janela. Essa chuva que molha insistentemente por todas as goteiras da casa. É. Aqui tem cinco ao todo. Como eu disse antes: uma merda.

E toda essa merda não estava presente quando você estava aqui. Naquela época eu não tinha medo de ficar sozinho durante um dia de chuva. Tão angustiado. Tão amargurado. Foi isso que eu me tornei.

Mas eu não era assim. Eu era aquele um alguém mais feliz quando você estava por perto. Acordar de manhã com o cheiro de café infestando a casa. Chegar por trás de você e dar um beijo no seu pescoço. Encarar aqueles olhos castanhos tão amendoados. Arrumar juntos a cama. Levar você para a faculdade antes de ir pro trabalho. Tudo isso era parte do meu dia a dia. Mas tudo isso se apagou. Não existe mais. Nada além das minhas memórias que ficam mais fortes em dias de chuva.

E continua chovendo. Há um ano atrás, nesse mesmo dia, também chovia. E você estava aqui. E eu sinto falta disso.

Mas de nada adianta sentir falta. É engraçado pensar que as pessoas simplesmente, de uma hora pra outra, deixam de existir na sua vida. Somem do seu convívio. E aquele sorriso se evanesce, desaparecendo do seu dia a dia. E aí o guarda-roupa fica meio vazio, assim como o outro lado da cama de casal. Aquele em que você nunca dorme. Aquele que está sempre vazio e gelado. E depois que as pessoas se vão, fica só a angustiosa solidão de quem era dois e voltou a ser um.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Olá, mundo!

Este é seu primeiro post. Clique no link Editar para modificar ou excluir, ou então comece um novo post. Se preferir, use este post para informar aos leitores o motivo pelo qual você iniciou este blog e o que planeja fazer com ele.

Continue blogando!

domingo, 5 de julho de 2015

The Ghost Of You

~escrito ao som de Impossible (Shontelle), Hurt (Johnny Cash) e The Ghost Of You (My Chemical Romance). Nunca achei que escreveria algum texto ao som dessas músicas haha~

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Eu não enterro mais a saudade em teus braços. Não há mais saudade a ser sentida. Eu não olho mais o celular, esperando uma mensagem, uma ligação, talvez. Eu continuo escrevendo movida à café, no entanto. Certas coisas nunca mudam. O que eu sentia por ti sim. Os planos de uma futuro distante também mudaram. Não te incluem mais. Eu não quero mais ver o sol se pondo da tua janela. Eu não quero mais te esperar em uma rodoviária qualquer, como em uma das tantas em que já te esperei. Meu amor não te pertence mais. Nunca mais vai te pertencer.

 

"Falling out of love is hard", já dizia Shontelle em uma de suas músicas. "Falling for betrayal is worst", ela diz. E é estranho ver como as coisas se quebraram. Como você foi traindo o que era o meu amor. Mas nem juntando todos os pedaços dá pra dizer que sobrou alguma coisa. Não tem nada mais a dizer. Só que sua lembrança vai saindo de mim mais e mais a cada dia, como as folhas que caem das árvores no outono. Até não restar mais nenhuma folha. Nenhum sentimento. Assim, a árvore fica apta a deixar crescer folhas verdes. Maiores. Mais bonitas. Mais fortes. Pra florescer tudo na primavera. Pra brilhar diante do sol no verão. Assim como eu. Com minhas folhas caindo. Apta a deixar folhas novas nascerem de novo.

 

Mas não você. Você já é passado. Pretérito. Imperfeito.

Acabado.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Mas na hora do debate a gente luta

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Música de inspiração: Contexto - Planet Hemp

E todos eles riam. Bebiam. Fumavam. Riam mais um pouco. Todos motivados por uma luta em comum. Todos sob a mesma bandeira. Unidos pelo mesmo ideal.

Torrando sob o sol forte e seco do cerrado, gritando palavras de ordem e cantando marchinhas criativas, compostas por alguém que já tava muito louco de tanta cerveja.

Eles são o futuro da nação. A geração do "chega dessa merda, vamo aprender a se respeitar". Eles gritam feito loucos pelas ruas da cidade. Tomam cerveja e fumam seus cigarros nos botecos abandonados de bairros estranhos. Eles não tem medo do calor. Eles não tem medo da oposição. Eles não tem medo da polícia.

Eles são felizes e revolucionários, e vão mudar o mundo.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

07/08/2014

O cigarro não tem mais gosto, a bebida não tem mais sabor. As conversas são vazias e você parece não se encaixar. Encaixar-se pra quê? Os dias frios do inverno ainda se arrastam em ti. A música está sem graça e o vento gelado nem te esfria mais. Mas é você que tá sem gosto, sem sabor. Você que tá vazio e não se encaixa. É você quem tá sem graça, você que tá frio. Tu que tá aí, nesse entremeio de não saber o que quer ou quando quer, é tudo que tá todo errado. Não percebe? Não adianta sentir saudade de um passado que você não faz mais parte.

Não adianta fumar pra aplacar a dor de não pertencer. De nada resolve chegar em casa e queimar um incenso pra te acalmar. Há uma confusão no teu interior. Teu problema é essa gigante introspecção que tomou conta de ti. A solução eu não sei, tu não sabe. Ninguém sabe. Fica assim. Deixa quieto. Uma hora passa.

Ou não. Mas se não passar, Darwin e sua Teoria da Evolução vão se provar certas. Tu vai evoluir e te adaptar. Te acostumar tudo isso. E vai se incomodar de novo, é claro. Afinal, qual é o problema que não te dá um pouco de dor de cabeça? Mas né, passa.

O copo quebrado não volta mais a ser o que era. E nem tu. Mas tu se reencontra por aí, fumando numa esquina e vendo a vida passar. Te afastando do mundo e se aproximando do abismo.

Já que eu não posso te levar, quero que você me leve.



Os lábios cortados das tuas mordidas. Inúmeras manchas roxas espalhadas no meu corpo: marca dos teus apertões e sucções. O meu peito que agora tem teu cheiro. De que vale todo esse espaço na minha cama se teu corpo não a preenche? Se teu corpo não está agora, aqui, em cima de mim, teus braços segurando os meus, o sorriso malicioso no teu rosto.

Mas o que eu mais gosto mesmo é da tua respiração descompassada no meu ouvido. Do teu abraço apertado e do teu beijo que começa na boca e se espalha por todo o corpo. Dos arrepios da minha pele ao unir-se à tua em plena nudez. Onde está o calor do teu corpo junto ao meu, em meio a tanto frio? Meu quarto sendo o nosso mundo nos finais de semana. A cidade inteira correndo e nós juntos. Perdidos em êxtase e carinho. Minhas coxas por cima das tuas. Tuas mãos nas minhas coxas. Minhas mãos na tua.

Já fazem duas semanas que teus pés não mais caminham descalços em meu quarto. Que teus dedos não mais se entrelaçam aos meus. Que meu gato não deita em teu colo. Que tua respiração lenta não é meu despertador. Há dias o teu colo não é mais casa para meu corpo.

Então vê se volta logo. Termina logo essa faculdade e corre pra mim. Que eu não aguento mais ter que contar os dias pra te ver. Eu quero te ter todos os dias. Todos os minutos. Todos os incontáveis milésimos de segundo. Faz as malas e vem pra mim. Aqui no meu canto, tem repouso e carinho. A vida inteira.

domingo, 24 de maio de 2015

Rain when I die

Há tempos eu não saio mais de casa à noite. Eu nunca saio, nunca mesmo. Bebo em casa. Rio em casa. Faço festa no meu lar. No dia que resolvo sair, chove. Como se até mesmo o próprio clima quisesse me deixar em casa. Me obrigando a pensar em um plano B. Me obrigando a fazer exatamente o que eu não queria: pensar.

Não adianta mais acender um cigarro atrás do outro. Minha mente cansou da letargia. Minha mente quer ver gente, quer ver o mundo. Mas a chuva é forte demais. Pelo menos não faz frio. Em noites frias as ausências se tornam mais óbvias. E o teu cheiro ainda está no meu travesseiro. Ainda tem roupas tuas largadas no meu quarto, misturadas na minha bagunça. Bagunça mesmo está meu peito. De vez em quando se enraivece. De vez em quando sente saudade. Mais saudade do que raiva.

A máquina apitou, ficou pronto o café.  Tomo uma, duas, três xícaras. Jogo Campo Minado no computador. Fico me perguntando se ainda tem alguém no bar. Se ficaram presos com essa chuva ou se resolveram ir pra casa. Desisto de pensar isso. Eu não vou querer sair na chuva. Fico pensando em toda essa confusão que se instalou na minha mente. Mas só o que vem é a saudade. Saudade, saudade.

Por que eu ainda lembro do teu cabelo roçando minha orelha. Eu ainda sinto falta da nossa coleção de camisetas pretas. Mas eu sigo tomando meu café e fico observando a chuva pela janela. A água que bate em gotas. O café eu ainda tenho. Mas você, não.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

O mundo pertence aos loucos



O mundo é dos loucos, meu bem. O mundo é de quem foge da mesmice, desse monte de regras imbecis que a sociedade tenta nos impor. O mundo é dos amantes da madrugada. O mundo é daqueles que bebem e fumam, dos que vivem a vida intensamente todos os dias. O mundo é de quem sai da rotina. O mundo é de quem bota pertences na mala e sai por aí ganhando o mundo. Das pessoas que vivem fora da caixa, que pensam fora da caixa. De quem deixa de ser um fantoche na mão dos outros.

O mundo é de quem anda por aí nas ruas pondo risos no mundo, fazendo estardalhaço enquanto os outros dormem. O mundo é direito dos que sabem sorrir, dos que sabem se divertir, dos que tem sede de vida.

O mundo é meu, meu bem. Eu aprendi a viver. Diferente de você. Você que acorda-trabalha-dorme-acorda-trabalha. Eu não sigo esse ritmo, meu querido. Eu sou descadenciada, eu bebo e fumo, eu durmo tarde e acordo cedo quando quero. Acordo tarde quando eu quero também. Eu tenho um relacionamento sério com a felicidade, eu sorrio de ponta a ponta. Eu durmo com quem eu quiser e eu vou pra onde quero.

O mundo, meu bem, não é dos que sobrevivem. É dos que sabem viver.

 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Minha metralhadora cheia de mágoas.

"Dias sim, dias não, eu vou sobrevivendo sem um arranhão..."

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De-sâ-ni-mo.

Eis o meu atual estado de humor. Não tenho vontade de fazer nada. Não quero viver nada. Vou por aí me arrastando pelos cantos, esperando algo que mude essa rotina enfadonha, que dê uma girada nas coisas e me anime a vida.

O mesmo café forte de sempre. Eu decidi até cortar o açúcar do café, sabia? Assim fica amargo igual ao meu humor. Tem dias que é melhor nem acordar. Quisera eu ter o direito de dormir por tempo indeterminado. Dormir, sim. O cérebro não gira tão loucamente em volta de pensamentos quando estamos dormindo.

Pudera eu ter aquele tratamento de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. Selecionar as memórias pra esquecer. O problema é que nós, seres humanos, somos máquinas muito desenvolvidas. Eu queria ser um computador. Quando a memória estiver cheia, é só deletar alguns arquivos que já não servem mais pra nada.

Mas Cartola já dizia que o mundo é um moinho. O sol nasce todos os dias. E todos os dias ele se põe. Os romances se acabam, mais criança nascem, vidas se perdem e o mundo continua seu ciclo ininterrupto.

A continuidade das coisas é o que me espanta.

Mas eu sei que vamos continuar também.

P.s.: Cazuza e Cartola, dois mestres da música brasileira: obrigada por me inspirarem e cantarem exatamente o que eu sinto.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Em fuga



Estou fugindo, meu bem. Sou eterna fugitiva nessa vida. Fujo da dor, fujo do medo, fujo de tarefas difíceis e fujo de compromissos, fujo de pessoas que me exigem mais do que eu posso dar e fujo do amor também. É, eu fujo do amor. Eu fujo por que eu não quero ter que parar nos braços de um alguém que vai ter outra nos braços. Fujo por que quero evitar a mágoa que um dia poderei ter. Nego os prazeres de amar e ser amada por medo de que um dia isso tudo acabe.

Fujo por saber que não encontrarei sorriso tão doce quanto o teu, que desses corpos que passam por mim na rua, em festas e até mesmo na minha cama, não vão ter teu cheiro e não o calor do teu abraço. Eu fujo de tudo um pouco, mas eu fujo principalmente da distância geográfica que existe entre eu e você.

Fujo pra longe daqui e mais perto daí, por não querer passar mais nem um dia de minha existência sem ter teu carinho, sem tomar um café com leite olhando pra você e sua cara de sono, seu cabelo irremediavelmente bagunçado, sua barba por fazer, o cigarro pendurado nos seus dedos, o sorriso de escárnio para o mundo. E falando em mundo, eu quero fugir desse mundo em que você está sozinho aí e eu sozinha aqui, e ir para um mundo onde eu e você você e eu, nós dois e toda a nossa intensidade estejam juntas, grudadas iguais queremos que estejam nossos corpos, nossas bocas, nossas mãos e nossas almas.

domingo, 10 de maio de 2015

Faz frio.

Há dias eu já não sorrio mais. O frio chegou com tudo aqui na região Sul, e eu tive que deixar as janelas fechadas para não entrar vento. Mas também não entra luz. Não sei mais o que é a luz do Sol, esse astro-rei não tem me esquentado nos últimos tempos. O som do teu sorriso também não tem mais me esquentado a orelha em noites frias. Tudo permanece gelado por aqui.

Um eu sem você, um punhado de dias sem sol e um peito gelado que amor algum além do seu vai ser capaz de aquecer.

domingo, 12 de abril de 2015

Tempus longum vitiat lapidem

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Uma hora tudo acaba. E para nós essa hora chegou. A hora em que findam os planos em uníssono e as metas a partir de agora são individuais. Aquele momento em que estávamos diante de uma bifurcação, e seguiu cada um para um lado diferente, e pôxa vida, as rotas nem são paralelas. Os dias se passam e as mesmas músicas melancólicas tocam. Ou aquelas completamente alegres, porém recheadas de memórias. Diferentes momentos voam como um filme em preto e branco na memória, e rápida(mente) se vivem sorrisos, abraços, orgasmos e palavras. Canções de amor. Gritos de prazer. Até chegar a sussurros que iniciam brigas. Tempestade na alma. Há só o barulho dos trovões.

E depois disso eu procurei você. Em cada bituca de cigarro. No fim de todas as latas de cervejas e todas as doses de whisky. Procuro você em outras pessoas que também procuram outras pessoas. Abyssus abyssum invocat, não é isso que dizem? Encontro você nos meus textos, no cheiro de algumas roupas perdidas. Na luz que entra na janela e ilumina sua poltrona.

Mas acabou, baby. Eu sei disso. C'est finit. Que vás ser feliz. Que viva muito. Que me esqueça ou que me lembre, seja o que for, contanto que com intensidade. Guarda de resguardo o carinho imenso que tive por ti. Agora vai, baby. "Faze o que tu queres." Não é isso o todo da lei?

Me deixa aqui, relembrando-revivendo-rememorando-remoendo. Recontando histórias que eu já sei de cor. Olhando velhas fotos que minha mente até já gravou. Só vá. Pra longe, pra perto, quem sabe? Que volte ou não.

Mas vá, meu bem. Dê-nos a chance de sermos felizes. Como duas almas distantes. Que um dia vão se encontrar mais uma vez. Seja nessa vida ou em alguma das próximas.

P.s.: na próxima vida eu desejo que sejamos árvores deciduais. Pra pelarmos-nos mais uma vez juntos durante o outono. Pra viver ao seu lado sem trocar palavra. Pra te fazer sombra e te proteger do sol. Ser sombreada e protegida do sol. Por séculos. Do teu ladinho, assim.

sábado, 4 de abril de 2015

a luz no fim do túnel é um raio de sol

E você tava uma merda. Você queria tocar tudo pro alto. Estava praguejando o universo, mandando à merda o seu horóscopo maldito e a sua lua na casa 2, seu vênus na casa 4, ou o que quer explique a merda da sua vida na última semana.

E aí você teve um dia de folga. Conversou com os amigos. Bebeu uma cerveja, fumou uma maconha, conversou sobre seus planos pro futuro e você foi para o seu quarto. Começou a escutar músicas de vibe boa, um surf music, e começou a melhorar. Começou a sorrir. E tudo foi embora. E você se sentiu bem de novo.

E agradeceu ao universo, que sempre gira a favor de quem luta

segunda-feira, 30 de março de 2015

It's just a freight train coming your way.

Aquele momento de incerteza. Aquele momento de desgosto. De descontentamento. De desespero. Aqueles dias em que nada parece estar bom, em que você tem vontade de mudar tudo. De jogar tudo pro alto. De ligar o foda-se geral. De descartar tudo que não te faz bem. De mudar várias coisas. Cortar o cabelo, mandar aquela pessoa à merda. Vontade de afastar-se de tudo e de todos, de viver uma nova vida, por que aquela está te machucando. E sim, você sabe que vai conseguir passar por aquilo tudo se não conseguir mudar nada. Mas o desgaste de passar por tudo isso é grande. Daquelas experiências que quando acabam a gente solta um longo suspiro, como se não soubéssemos o que fazer. Sei lá. Existe algum botão que dê pra gente apertar e mudar algumas coisas? Como os sentimentos que temos por alguém, a sensação ruim de desespero por não ter dinheiro pra pagar tal conta. Ou aquele sentimento de esperança seguido de decepção: você achava que tinha enxergado uma luz no fim do túnel, mas é um trem desgovernado vindo na sua direção. Aquela hora que você tem vontade de dormir e acordar com uma outra vida. Uma melhor que essa, quem sabe. Aquela vontade de desligar o mundo. Ou melhor, de apertar o botão de reset, pra ver se reinicia de uma vez melhor. Não dá pra reiniciar nossa vida, do jeito que fazíamos pra reiniciar a vida dos tamagotchis? Acho que não. Esses dias que a gente cansa de tudo. Quer fazer tudo diferente. E mesmo assim, respiramos fundo e conseguimos seguir em frente. Não sei como e nem porque. Só seguimos.

sábado, 21 de março de 2015

A cor da tua alma reflete na minha

Ei, moça! Sabia que você tem o exemplar de alma mais bonita do mundo? Dessas feitas de tecido translúcido multicolorido, cor de rabo de cometa, cor de arco-iris pós dia triste de chuva, as cores de quem sabe alegrar o dia de qualquer um.

Ei, moça! É, você mesma, moça! Você que ri vendo tv. Você que bate o pé quando não fazem algo do teu jeito. Você que deita no chão pra ler um livro, e às vezes o lê de cabeça pra baixo, dando um sentido a história que só você entende. Teu rosto é feito de sonhos e teus braços feitos de carinho. E se eu pudesse, estaria todo dia do teu ladinho.

Você é linda, moça. Você me encantou desde que vi naquele primeiro dia. Desde que invadi uma sala pra te conhecer. Te amei desde o primeiro momento. Te cuidei desde o primeiro segundo. És tão minha como se tivesse saído de mim. Eu te amo, te amo e te amo.

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Olá, outra moça. Você dos cabelos cacheados. Você, minha baixinha, meu pingo de gente, meu pontinho do "i", meu coração fora do peito. Você e suas bochechas gordinhas. Você e sua esperteza que impressiona. Tu, mocinha, que cuida de todo mundo. Você é um anjo que apareceu pra colocar um sorriso no nosso rosto.

Você e seu gosto por moda. Seu fashionismo. Você e suas roupas escolhidas a dedo. Você e suas unhas pintadas, de cor clarinha, cor de pele ou cor de céu. Você e seu sorriso lindo, cheio de dentinhos, a coisinha mais apertável do mundo. Você e seu amor sem fim. Seu carinho por todos e por mim.

Você e sua língua que só você entende. Mas acha que todo mundo entende. E nos faz rir. Linda, toda linda, cheia de encanto. Eu te amo daqui até o ponto mais distante da galáxia.

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Textos, respectivamente, pra Thaíssa e Lissandra. Minhas irmãs gêmeas de 3 anos e meio <3

terça-feira, 17 de março de 2015

pequena constatação do mundo atual

o país tem fome
a ganância consome
a esperança some
a solidão come

as pessoas brigam
as crianças gritam
os tanques atiram

e eu fico aqui assistindo tudo sem saber o que fazer, vendo o ódio crescer, vendo a humanidade se perder

terça-feira, 10 de março de 2015

Te puedo ver en mi, me puedo ver en vos

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Chove e eu escuto Inmigrantes. "Caen las hojas, cae la lluvia, cae tu ropa en mi cama... todo cae." Impossível não lembrar dessa mistura de eu e você que somos nós dois. E mais uma vez, me pego desejando aquela noite de chuva em que nada seria capaz de me esquentar mais que teu corpo. Nem o cobertor mais quentinho. Nem a bebida mais forte. Só teu corpo ao lado do meu, tuas pernas entrelaçadas nas minhas, teu sorriso bonito na minha direção.

Mas agora chove e chove, e não para de chover. E eu aqui, querendo deitar com você, querendo preencher todo o espaço de um colchão de solteiro com mãos, braços e abraços de nós dois. O planeta Terra deu sete voltas completas ao redor do Sol e eu continuo desejando você. Quantas estações vieram e foram embora e eu carreguei comigo essa saudade que nunca esvaziava meu peito. Vários solstícios de inverno e querer tua presença sempre foi uma constante. Te sentir, te admirar. Deitar em qualquer lugar contigo e traçar linhas nas tuas costas com meus dedos. Decorar tuas expressões.

"El alma se llenó" sempre será nossa música. Por que é sempre amor, mesmo que mude. E nós mudamos. Mais de cinquenta mil horas passaram e nos fizeram mudar. É sempre amor mesmo que alguém e esqueça o que passou. Mas nós não esquecemos. Tu não esquece o calor dos meus braços. Eu não esqueço teus carinhos reconfortantes.

Continua chovendo. Toca Bidê ou Balde e Inmigrantes. Sim, sempre serão nossas músicas. E sim, continua chovendo e vai chover muitos dias ainda. Mas nos próximos dias de chuva assim, eu quero estar com você. Sorrindo com teu sorriso. Quentinha nos teus braços. Feliz de coração.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

I've seen it all go and come back around

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Os livros abertos no chão. As flores mortas do vaso caídas por sobre a cômoda. A luz do sol de inverno entrando pela fresta na madeira que existe no meu quarto. Por entre ela o vento às vezes me traz uma folha seca. Duas, talvez. Meu suco de maracujá apodrece intacto esverdeando um copo em cima da mesa. O jornal se acumula na frente da porta de casa. O braço da agulha do toca-discos quebrou. Ela agora insiste em repetir o mesmo lado do velho disco do Dire Straits, como se tivesse sido programada pra isso. Mas nem isso é problema, por que a poeira se acumulou na caixa de som e ela não toca. Não emite som. Emudeceu. Assim como eu.

Faz silêncio na minha alma. A vida segue e eu não. As pessoas passeiam embaixo da minha janela. O gato da vizinha se instalou no meu apartamento. Come as sobras da comida. As flores na sacada também secaram. Eu culpo o inverno. Mas o meu descuido é o real culpado. Flores vítimas de mim. De meu descaso. Do meu entorpecimento.

Eu abro a boca pra falar e o barulho é de tentar tocar uma corda frouxa de violão. Sai tudo torto. A neve se acumula na varanda da cozinha. A casa se acumula tanto de solidão que não sobra espaço pra mim. Não sei o que a vida fez de mim. Só sei que respiro nostalgia. Tudo com aquele cheiro doce de poeira. Vejo o vento pelar as árvores. Vejo o sol se escondendo mais cedo. Surgindo mais tarde. Não vejo a Lua. Não saio mais na rua.

Me pergunto aonde estará você. Se o tempo passa estranho assim pra você como é pra mim. Me pergunto se aquela música da Janis ainda te faz arrepiar. Se você ainda dorme com o braço pra fora da cama. Quem sabe um dia desses te reencontrar. Te dar um tchauzinho do outro lado da rua. Quem sabe te ver, quem sabe aprender a te odiar. Tocar novamente o barquinho da vida. Apontar pra fé e remar.

P.s.: me influencio por músicas às vezes, e escrevo o que elas me passam, mesmo que não sinta aquilo de verdade. No caso desse post, foi Miss You Love, do Silverchair e Beautiful War, do Kings of Leon.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Quanto tempo o tempo tem?

Mais um desses dias em que o pôr-do-sol leva o dia embora em sua carruagem de fogo. E o tempo vai passando, vai sem dó, que dirá piedade, massacrando todos nós, arrastando os segundos como folhas secas ao vento. Vai e leva todos os planos que não foram postos em andamento. O tempo segue e faz crescer os dentinhos dos bebês, assim como os ensina a andar, põe rugas nos rostos das mulheres e aumenta a calvície dos homens.

Mas às vezes eu queria poder não viver, apenas observar, ver os ponteiros do relógio girarem incansavelmente mostrando que o tempo na verdade não espera ninguém. Observar a grama crescer, as árvores deciduais perderem suas folhas no outono, para logo depois o vento gelado do inverno consigo levar.

Queria assistir o coração da garota que se apaixonou pelo colega de sala e ele lhe deu um fora, quanta dor nele vai caber até que o tempo leve embora e não sobre mais nenhuma.

E o tempo é isso mesmo, curador de corações partidos e amenizador ou intensificador de saudades. Envelhecedor de gente/bicho/planta/tudo. Indicador de efeitos gerados por decisões sábias ou infelizes. Transformador de pequenos embriões em grandes adultos.

Esse tempo. Nem bendito nem maldito. Só incessante. Sempre pontual. Cazuza tava certo quando disse que o tempo não parava, não para mesmo.

Mas ainda assim espero que ele seja doce para mim e para você.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Etre proche ne est pas physique. Dans ce cas, est.

Te cravo as unhas nas costas. Te envolvo com coxas grossas. Jogo na imensidão do quarto teu nome num sussurro em crescente, um gemido abafado. Tão logo tu escutas, geme em resposta. Minha pele roçando na tua. Teu sexo colado ao meu. Teus cabelos na testa, os meus por toda a cama e cara, ombros e seio. O outro seio repousa na tua mão que não repousa, mas acaricia-toca-provoca infinitamente, enviando sensações de cima pra baixo. Minha boca próxima ao teu ouvido, um fiapo de voz chamando teu nome. Mas só até minha língua escorregar no teu pescoço, teu sinuoso pescoço. As gotas de suor de dois corpos se misturando e se tornando o menor número ímpar. Nós dois sendo um. Tu sendo parte do meu corpo, grudado a mim, tão componente de mim. Tua mão deslizando pela minha coxa e desprendendo dela por uns poucos instantes até colar-se a ela novamente com intensidade gasta em forma de tapa. Chamo teu nome. Como resposta tu me olhas. Te impulsionas mais forte. Teu corpo quase explode.

O meu também.

Até que nos esvaímos. Tu te pende torto em cima de mim. Rosto suado. Respiração entrecortada. Sorriso na cara. Beija minha bochecha.

Je suis à vous. Tu es à moi. Ensemble, nous sommes seulement notre et ne appartiennent pas à quelqu'un d'autre. Ensemble.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Que tua ausência se torne ausente.



Eu não quero mais estar presa a teus braços. Braços como laços que me atam, me aprisionam, me impedem de sair. Logo eu, óh céus, eu, a pessoa que mais se perdeu nas curvas do teu sorriso de dentes brancos, a pessoa que mais traçou o caminho do teu nariz alinhado até tua boca carnuda. Eu, que infinitas vezes já colei meu corpo no teu, regozijei de prazer extremo com teu corpo colado ao meu, te abracei e te beijei por horas incontáveis até perdemos a noção do tempo. Eu, tu, tu, eu, quantas vezes nos entregamos completamente aos mistérios da carne, aos encantos da paixão, um perdendo-se no chamego do outro, no afago do corpo amado. Mas eu já decidi que não quero mais. Eu não desejo mais para a minha vida uma noite de perdição no fundo dos teus olhos. Nem quero mais teus braços ao redor de mim, tampouco sentir o aroma pelo qual sou apaixonada e que mora nas curvas do teu pescoço. Desejo uma existência sem nunca mais poder te ver, assim te olvidarei (ou assim eu penso) e não sofrerei as duras dores da tua ausência, que toma conta de mim quando não estás perto, que me assalta, que me traz angústia.

Não desejo tua ausência seguido de tua presença, para logo depois tornar-se ausência de novo. Esse ciclo constante de tortura me oblitera e me corrói. Gostaria de não sentir nada, a não ser que de ti eu pudesse sentir tudo.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Eu não quero ser a Summer.

Eu não quero, mas eu sou. Eu sou por ter te falado que eu não quero mais. Mas eu não disse assim. Eu percebi que não ia rolar. Eu pulei fora. Eu sonhava todo o dia com alguém que me fizesse o coração bater mais rápido, alguém por quem eu atravessaria a cidade a pé no pior dia de chuva. Eu encontrei essa pessoa. Mas ela não é você.

Mas você tem zilhões de qualidades. E você é lindo, por dentro e por fora. É fácil ficar com você. Difícil é amar você. Isso pode ter sido meio rude, mas a culpa não é sua. Nem minha. Nem dele. Nem de ninguém. Mas meu coração bateu mais rápido, e eu já atravessei uma cidade no pior dia de chuva - só não foi por você.

Foi por outro. Que tem menos qualidades que você. Que não é assim tão mágico. Foi um desses que nunca vai cobrir nossa cama de rosas pra termos uma noite bonita, como você fez. Ele também nunca vai me buscar no aeroporto com uma plaquinha escrita "A garota que mais amo". Nunca vai me dar um gato antes de viajar pra que eu não me sinta sozinha. Não. Ele não é tão bom quanto você.

Mas esse cara me olhou nos olhos a primeira vez e eu senti. Não sei o quê, mas foi diferente. Foi único. Mesmo ele não sendo tão sensacional como você. Ele nunca leu Kerouac, nem Gregório de Matos e muito menos Galeano. Ele não é culto como você. Ele é apenas ele. E por que eu me apaixonei por ele, eu não sei. Eu senti que ele também se apaixonou por mim. E eu senti que aquilo só podia ser algo mais.

Você é tudo o que eu sempre desejei na vida. Se não fosse ele, eu casaria com você. Nunca nos faltaria assunto. Sempre riríamos juntos. Mas você não é ele. Eu não te amei, eu amei ele. Eu amo ele.

Três dias sem ver ele e morremos lentamente, só pra revivermos quando nos abraçamos de novo. Ele me critica e tem rompantes de estresse comigo. Eu chamo ele de coisas que nem o diabo sabe o que significam, eu mando ele à merda e penso em largar ele. Mas não largo. Porque no fim do estresse, é ele quem importa. É a presença dele do meu lado. Ele é minha doença e minha cura.

Ele quis me deixar e não aguentou. Ele falou que nunca vai ser você. Que eu não espere um um pedido de casamento super fofo e elaborado, daqueles que viram vídeo do YouTube. Ele não é romântico. Mas ele me ama. Pelo jeito que ele correu pro hospital quando quebrei o braço, eu vi. A maneira como ele me olhou o tempo todo nos olhos no sexo depois da primeira briga séria, e o ato dele de ter entrelaçado os dedos na minha mão o tempo todo.

Eu não sei te explicar. Eu devo explicações? Dá pra explicar algo assim? Você pode ser tudo que eu sempre achei que quis, mas ele e esse amor verdadeiro e mútuo era tudo que eu precisava.