Estou fugindo, meu bem. Sou eterna fugitiva nessa vida. Fujo da dor, fujo do medo, fujo de tarefas difíceis e fujo de compromissos, fujo de pessoas que me exigem mais do que eu posso dar e fujo do amor também. É, eu fujo do amor. Eu fujo por que eu não quero ter que parar nos braços de um alguém que vai ter outra nos braços. Fujo por que quero evitar a mágoa que um dia poderei ter. Nego os prazeres de amar e ser amada por medo de que um dia isso tudo acabe.
Fujo por saber que não encontrarei sorriso tão doce quanto o teu, que desses corpos que passam por mim na rua, em festas e até mesmo na minha cama, não vão ter teu cheiro e não o calor do teu abraço. Eu fujo de tudo um pouco, mas eu fujo principalmente da distância geográfica que existe entre eu e você.
Fujo pra longe daqui e mais perto daí, por não querer passar mais nem um dia de minha existência sem ter teu carinho, sem tomar um café com leite olhando pra você e sua cara de sono, seu cabelo irremediavelmente bagunçado, sua barba por fazer, o cigarro pendurado nos seus dedos, o sorriso de escárnio para o mundo. E falando em mundo, eu quero fugir desse mundo em que você está sozinho aí e eu sozinha aqui, e ir para um mundo onde eu e você você e eu, nós dois e toda a nossa intensidade estejam juntas, grudadas iguais queremos que estejam nossos corpos, nossas bocas, nossas mãos e nossas almas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário