Era uma dessas manhãs tristes de maio. Maio sempre tem uns dias tristes. Esse dia não deveria ser triste. Não chovia, não era tão frio. Mas ao mesmo tempo, dentro de mim o clima era outro. Tudo estava gelado. Eu sabia qual era o problema. Era a falta, era a tua falta. Falta de ver os primeiros raios da manhã com você ao lado. Mas o tempo é um senhor implacável que age como bem entende. O tempo veio como enxurrada e levou tudo o que havia. De bom. De ruim. Sobrou o imenso vazio da escuridão dentro de mim. Nem a manhã desse dia, capaz de iluminar a janela fechada do meu quarto, trazia quietude ao coração. Ao corpo. À alma. E foi aí que tudo se tornou frio dentro de mim. Frio de fazer coração usar cobertor. Tentando se manter quentinho na escuridão gélida do meu peito. Apesar de tudo, ele continuava batendo lá, o maldito. Animadamente, incessantemente. Incontrolável. Acabou -se o fogo, apagaram as chamas. Tudo o que restou de mim foi consumindo pela escuridão que se estabeleceu em mim como quem compra casa nova e nunca mais quer sair. Vou seguindo assim. Um coração pulsando num peito frio. Uma mente inquieta. Um corpo sempre cansado. Meu medo é nunca mais brilhar de novo por dentro. Tento me nortear em vão. Sigo perdida. Não, não pretendo ser salva. Não por você, na verdade, nem por ninguém. Me deixa aqui com a falta de luz dentro do peito. Curtindo mais um dia triste e lamuriento de maio.
domingo, 28 de dezembro de 2014
May (be) sadness.
Era uma dessas manhãs tristes de maio. Maio sempre tem uns dias tristes. Esse dia não deveria ser triste. Não chovia, não era tão frio. Mas ao mesmo tempo, dentro de mim o clima era outro. Tudo estava gelado. Eu sabia qual era o problema. Era a falta, era a tua falta. Falta de ver os primeiros raios da manhã com você ao lado. Mas o tempo é um senhor implacável que age como bem entende. O tempo veio como enxurrada e levou tudo o que havia. De bom. De ruim. Sobrou o imenso vazio da escuridão dentro de mim. Nem a manhã desse dia, capaz de iluminar a janela fechada do meu quarto, trazia quietude ao coração. Ao corpo. À alma. E foi aí que tudo se tornou frio dentro de mim. Frio de fazer coração usar cobertor. Tentando se manter quentinho na escuridão gélida do meu peito. Apesar de tudo, ele continuava batendo lá, o maldito. Animadamente, incessantemente. Incontrolável. Acabou -se o fogo, apagaram as chamas. Tudo o que restou de mim foi consumindo pela escuridão que se estabeleceu em mim como quem compra casa nova e nunca mais quer sair. Vou seguindo assim. Um coração pulsando num peito frio. Uma mente inquieta. Um corpo sempre cansado. Meu medo é nunca mais brilhar de novo por dentro. Tento me nortear em vão. Sigo perdida. Não, não pretendo ser salva. Não por você, na verdade, nem por ninguém. Me deixa aqui com a falta de luz dentro do peito. Curtindo mais um dia triste e lamuriento de maio.
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Não existe amor em SP.
03:40 da manhã. Normal. Eu nunca conseguiria dormir cedo enquanto eu não resolvesse o que há entre eu e você. Ligo o celular esperando alguma mensagem. Não. Nada. Mas eu cansei de esperar em casa. Eu não aguento mais. Eu não posso esperar uma vida inteira, se existe esse tédio que me domina e pega pelos calcanhares, me arrasta pra um poço sem fundo onde não acho nada interessante. Decido sair. Essa cidade nunca dorme.
Não existe amor em SP. Criolo tava certo. Não existe mesmo. Eu achei que tinha encontrado um amor verdadeiro. Mas bom, Criolo já disse que Sâo Paulo é um buquê de flores mortas. Não existe amor em SP. Eu tenho medo do que pode acontecer comigo. Do que possa acontecer com a gente. Essa cidade é suja. Essa correria é louca. Eu aposto que com o tempo, vamos perder a cor e ficarmos cinza que nem essa cidade. São Paulo vai nos tragar, meu bem. São Paulo vai nos comer e nos cuspir fora. Eu tô perdendo minha sanidade aqui. Será que é a cidade ou a falta de você? Eu já nem sei dizer.
Ok. Agora são 04:16. Cadê você? Só vou guardando aqui comigo essa saudade que me pesa como um fardo nas costas. Por que eu não ligo? Eu também posso correr atrás, não? Não. Essa é sua vez. Mas tem algo que eu posso fazer. Eu vou pegar o celular e vou te mandar uma música. Se você me perguntar algo sobre isso, vou dizer que é só uma música. Mas nunca é, né, meu bem? Nunca foi. Entre nós nunca é apenas uma música. É uma coletânea de indiretas cantadas que resolvemos mandar um pro outro. Eu já te mandei I Wanna Be Yours, do Arctic Monkeys. Você respondeu com Are U Gonna Be My Girl, do Jet. Te mandei um cd do Yes. Acho que você entendeu a mensagem.
E de repente você me manda Babe, I'm Gonna Leave You. Mas porquê? Por que me mandar a música mais gostosa do Led Zeppelin? Por que me mandar justamente a música em que não se sabe dizer se a pessoa quer ir embora ou não. Você quer? Você não quer? Se decide. A vida segue e nós vamos precisar fazer isso também, juntos ou separados. Mas só de maldade te mandei Open Your Heart, do Europe. E agora, como você vai responder?
Passam mais 20 e poucos minutos. Não quero fazer cálculo nenhum agora, não agora, não quando eu tô com essa ansiedade feito cobra apertando meu peito, até eu esmagar, até meu peito explodir. 04:46. Eu ainda não consegui sair de casa. Resolvi fazer um café e sentar naquela poltrona legalzona que você me deu. Aquele que gira. Sento na bendita poltrona de um amarelo espalhafatoso, perto o suficiente da janela olhando o tráfego da madrugada. Bem mais lento, mais ainda assim barulhento. O café tá sem açúcar e pra eu não ter que adoçar, acabo bebendo assim mesmo. Tudo bem. Preciso estar bem acordada pra trabalhar o dia inteiro naquela maldita editora. Céus, como eu queria largar tudo isso.
E então, quando eu já tinha esquecido do assunto, o celular toca. 05:03. Mensagem tua. Ok, você mandou mais uma música. Here I Am, do Shaman. Começo a rir meio sem acreditar. Abro a porta e você tá ali. Na minha mente mil perguntas vão se formulando. Você entra e faz 'shhh' enquanto coloco um dedo sobre meus lábios, me silenciando. Pega o celular e coloca uma música do Skid Row. (Sério, Skid Row? Eu nem lembrava mais quando tinha sido a última vez que escutei isso). A música é Shut Up, Baby, I Love You. Olho pra ti com aquela cara de boba que eu sempre faço quando quero perguntar se é sério aquilo. Você diz que sim. A gente se abraça, e logo nossos corpos estão juntos na cama.
Mas chegou a manhã e temos que ir trabalhar. Mas teu rosto carrega uma expressão de quem quer propor alguma coisa. Te deixo quieto, juntando coragem. Te dou um beijo e me levanto pra me vestir. Você me olha e diz: "Não existe amor em SP." Olha só, Criolo de novo. Eu repito que realmente não existe amor em SP, e te conto minha teoria sobre estarmos nos tornando cinza igual à Cidade Cinza. Tipo aquela música do CPM 22. Você me chama na cama, me olha nos olhos, pega o celular e coloca Vamos Fugir, do Skank. Sério? Que clichê.
Mas vamos, baby. Vamos fugir deste lugar, baby. Um onde a gente possa ser colorido. Um lugar pra podermos nos amar.
Não existe amor em SP.
domingo, 23 de novembro de 2014
Mas vem cá.
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Pra não dizer que não falei das flores...
No computador, começa a tocar Geraldo Vandré.
.
Thiago: Tá, coloca algo legal.
Anna: Mas é MPB. É mais que legal. É mágico.
Thiago: Nós não somos nossos pais pra ouvir isso, né?
Anna: Não. Eu sou eu pra escutar o que eu quiser, inclusive mpb.
Thiago: Mas mpb é tão... meh.
Anna: Não, nada disso. Mpb é um som calmo. É uma música rica de instrumentos. Não tem nada eletrônico. É um som com uma letra gostosa se ouvir, cantado de um jeito que só sabe cantar quem tem talento ou quem tem sentimento com voz. Como não gostar?
Thiago: Cara, mas tem tanta coisa pra escutar...
Anna: E pra quê escutar as músicas de hoje e não escutar mpb?
Anna se reconforta na cama, puxando uma rosa de um arranjo de cima do bidê.
Thiago: ...
Anna: Meu bem... - e entrega a rosa - pra não dizer que não falei das flores.
E aí Anna vai calada até a cozinha buscar um chá quente, escutando sua boa e velha mpb, cantarolando junto. Thiago sorri e começa a prestar atenção. Ele sabia que tinha perdido. Aquele som era bom. Aquilo era mágico.
sábado, 8 de novembro de 2014
Café.
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
I look at you all, see the love there that's sleeping
Passou em uma padaria ali perto e comprou um café com leite. Só que tava doce demais. Ela acabou jogando fora, reclamando de ter gasto dois reais com aquilo. Merda. Ela odiava que o café com leite não estivesse forte ou adoçado o suficiente. Duas garotas passaram por ela conversando animadamente. Ela já estava de mau humor. Quis mandar as duas à merda. Quis mandar elas calarem a boca. Mas ela não mandava em nada e nem em ninguém.
Decidiu ela mesma andar de boca fechada até encontrar ele. Mas logo ali estava ele, na praça, encostado na árvore com aqueles jeans desbotado. Ela respirou fundo, decidida a fazer o que tinha que fazer. Chegou ao lado dele e chamou-o pra sentar no banco ali próximo. Ele olhou pra ela e viu sua expressão de quem causaria confusão, como a de um cataclisma. Ele sabia que não poderia evitar se acidentar na destruição que ela causaria.
Então ela disse que eles não eram mais um casal. Eram só duas pessoas juntas que tinham medo de ficar sozinhas. Eram dois entes que não mais se amavam, mas que sentiam que de alguma forma dependiam um do outro. Mas aquilo não era amor, aquilo era medo. Era escravidão. E o que ela estava fazendo com ele, não era um término. Era um teste de sobrevivência. Ela queria ver se ambos seriam capazes de enfrentar o mundo sozinhos. E ele tinha medo que ambos falhassem.
E então ela saiu e foi caminhando, mas não pra casa. Na mão, um aparelho de mp3, que conectado a fios, tocava Jethro Tull nas orelhas dela. Na bolsa, um livro do Stephen King. No coração um vazio. Na cabeça uma oportunidade de aprender.
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
PhD em quebrar a cara.
Eu queria principalmente ter o dom de não criar esperança. De não me empolgar com alguma coisa. A essa altura do campeonato eu já deveria ter aprendido, né? As coisas não acontecem quando a gente quer. Nem do jeito que queremos. Nem ao mesmo tempo em que está acontecendo com outras pessoas.
É difícil aceitar isso e parte de mim acha injusto pra caralho. Mas uns simplesmente levam uns fardos mais pesados que os outros (ou colocam mais peso em seus próprios fardos). Talvez eu reclame demais sobre tudo. Isso deve ser outro problema que tenho que tratar. Mais um pra adicionar na lista.
Não dá pra saber se é hora de ficar calma e esperar as coisas melhorarem, ou se é hora de ligar um grande foda-se pra vida e desistir de ter qualquer expectativa, ou de chutar o pau da barraca e xingar tudo e todo mundo que te frusta. Não sei qual o passo certo, mas alguma dessas três atitude eu vou ter que tomar (e logo, visto que a coisa não tem estado fácil). Cansei desses testes que a vida faz com minha paciência. Paciência essa que eu não tenho. Também não sei se quero ter. Ser paciente aumentaria meu nível de trouxice.
Mas olha só que merda, eu só tenho reclamado durante o post inteiro. Tô descontente, tá uma merda e eu quero que mude. Só mude. Mude de algum jeito. Mas porra, que de preferência seja pra melhor, né?
Cansei de apanhar da vida. Agora vai ser a vida que vai apanhar de mim. Que deixem registrado, pois eu tenho dito e irei cumprir.
P.s.: muito mimimi num post só.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Só não me deixe sentado numa poltrona num dia de domingo
P.s.: eu não tô apaixonada e a maioria das coisas que eu escrevo não são verídicas. Além disso, tem o fato de que muitas vezes eu encontrei um texto meu na internet e resolvi trazer para cá. Ou seja: 90% dos textos não são atuais e nem são verídicos. Na hora de escrever eu sou invadida por algum sentimento que nunca tem relação com ninguém (já teve e pode ser que tenha novamente algum dia, mas por enquanto não). Então é isso. Agora tô mais ativa no blog, pra escrever todo o tipo de texto pra vocês.
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Forteintensoeprazeroso.
É que ela sempre fica ardendo de desejo essas horas da noite. E quem era eu pra dizer que não, quando minha pele tão desesperadamente precisava da dela, do seu calor e da sua respiração desritmada no meu ouvido. E as suas unhas cravando a minha pele cada vez que meu corpo se impulsionava com mais força de encontro ao dela, e aquela cara de quem quer sempre mais, aquela boca dela gritando e eu ficando louco. E é isso todo dia e é assim que tem que ser. Forteintensoeprazeroso.
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Consumismo exacerbado.
O problema é esse mundo que nos empurra tudo goela abaixo. E tudo tem preço nesse mundo cruel. Pagamos caro pra viver e pagamos ainda caro por essas propagandas que estão tão encarnadas nas ruas das cidades que nos esquecemos como as cidades eram antigamente. A culpa não é nossa. A modernidade nos bombardeia lojas em cada esquina, botequins, farmácias, serviços em geral. Estamos infestado com tudo que é pago. Tudo está no mercado, tudo exige pagamento. Tudo. Você precisa de fraldas para o seu bebê, você precisa de comida pra viver, você precisa de uma moradia e pra isso precisa dos serviços pagos de água e energia. Tudo isso tem preço e tudo isso custa caro.
E a¡ você tem que trabalhar. Você precisa de dinheiro. Tudo é pago, hoje em dia. Você se sujeita à um serviço medíocre que no fim do mês te dê alguma garantia para que você possa comprar mais. Você está lendo isso de algum aparelho tecnológico que custou caro. Usando roupas que custaram caro, mesmo que você ache que custaram baratos. "Comprei num brechó." Mas alguém pagou por isso, não? Você gasta seu dinheiro para ler, para comer, para viver. Para morrer também.
Não há saídas para o consumismo. Está impregnado em nós, em nossas peles, em nossas mentes. É um câncer sem tratamento. É a maneira como você nasceu e a maneira como vão estar as coisas quando você morrer. É uma doença, e custa caro pra sarar.
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Dias cinzas.
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Babe, I'm gonna leave you
Isso aí, meu querido amor. Vou te deixar. Mesmo que você me acalme e me relaxe, vou ter que te deixar. Primeiramente, nossos encontros serão mais ocasionais. Não quero te largar de vez. Sou muito dependente de você e cada dia me torno mais viciada em ti. Não sei o que fazer se não te tenho por perto. És o meu maior companheiro nos momentos ruins e principalmente nos bons. Tu me fazes relaxar de uma maneira que quase nenhum outro e quase nenhuma coisa consegue.
Te conheci em um dia qualquer. Nesses dias de frio, te dividi com outras pessoas. Todo mundo precisa se esquentar, né? Não me importo. Sempre te dividi por sempre saber que tu és meu. Mas vou sentir tua falta. Não agora, tenho plena consciência que meu corpo não conseguirá te esquecer agora. Por que? Porque eu gosto do cheiro. Gosto de como teu cheiro fica em mim e se mistura ao meu perfume. Gosto do teu gosto na minha boca. Ah, como gosto desse teu gosto na minha boca, nos meus dentes, nos meus dedos.
A verdade é que eu acho que te amo. Tua cor, teu estilo. O jeito como parece que atinjo altos níveis de fodacidade quando estou contigo. Quando te tenho junto a mim. Quando te tenho nas mãos. Céus, como eu gosto de te ter nas mãos. Mas eventualmente, vou ter que te abandonar. Um dia. Tu me fazes mal também. Por mais que eu goste de ti. Com o tempo, vai me fazer mal pra caramba. Mas por enquanto tá de boa. Quero teu gosto, cheiro, sabor, amor, presença, perfume, cor, sensação. Tudo. Quero tudo de ti.
Não consigo livrar-me de ti, querido Marlboro Vermelho. É mais forte que eu.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
A minha fumaça era a fumaça da cidade.
Fiquei aqui fumando sem saber se eu estava tonta do cigarro depois de 6hrs de jejum ou se ainda estava com a presença - e agora ausência - dele. A espera pelo ônibus parecia interminável agora que ele não estava mais aqui. A vontade era correr na direção contrária, mesmo que isso significasse ficar naquela zona de poluição que é a região metropolitana. Ou de ter ele na serra.
Malditas sejam as aulas que teríamos à noite. Maldito seja o trabalho no outro dia. Eu só queria ficar com ele, em um lugar mais calmo, de preferência. Eu queria o sexo com ele e o abraço preguiçoso no fim de tudo. Corpos exauridos. Almas satisfeitas.
domingo, 17 de agosto de 2014
I miss you, but I don't want you here anymore
Às vezes eu esqueço o quanto é bom escrever. Mas aí eu sempre sou tomada por essa onda de sentimentos que tenho medo de explodirem dentro de mim. Minha melhor saída, a perfeita válvula de escape, sempre foi escrever. Sobre mim, sobre o mundo, sobre ti, sobre tudo. Mas aí parei para pensar quando tinha sido a última vez que eu tinha escrito algo sobre ti. Tu foi embora dos meus textos. Tua presença lentamente foi extinguindo-se dos meus dedos, enquanto a mente e o coração se esforçavam para te dissolver da memória. Como podemos ter tomado rotas tão diferentes, se éramos tão iguais? Se éramos um só, um par?
Eu sempre nego essa linha de pensamentos, mas hoje não deu. Hoje eu lembrei de tudo que eu amava e odiava em ti e em nós. Me coloquei na linha de fogo e analisei algumas coisas que eu vivia fazendo errado também, afinal, quem sou eu para achar que eu estava certa? Não, eu não estava. Nem tu. Nem ninguém. Não sei se precisávamos estar certos, mas quer saber? Às vezes eu só preciso do teu abraço. Desses que fazem parar o mundo. Que fazem interromper os segundos. O mundo sem você é facilmente maleável, mas de vez em quando eu sinto falta de te ter e ter todos os problemas que tu sempre trazia contigo. Só pra te ter.
Acaba que a vontade sempre passa. No fim das contas eu chego à conclusão que eu não sou forte o suficiente (ou não sou mais tão otária) pra voltar e tudo acontecer de novo. Meu corpo e mente estão exauridos de coragem pra tentar tudo mais uma vez, chorar de novo pelos mesmos motivos. Pra passar por aquela merda toda só pra te ter. Eu gosto de ficar assim, só lembrando as partes que não me fazem chorar. As partes que me fazem rir. E eu aqui escutando Pijama Show. Algo que eu nunca fiz com você, mas que sempre me fazia lembrar de ti.
Toca R.E.M. E eu fico pensando nesse meu defeito e/ou qualidade de só conseguir escrever com música. Mas dessa vez não escolhi. Dessa vez não foi proposital. Só comecei a pensar em ti e puf: resolvi escrever. É que na verdade eu esqueço o quanto é bom afundar os dedos no teclado do notebook e digitar o que a mente manda. É que na verdade eu começo a lembrar de você. É que na verdade eu sei por que é tão difícil te esquecer. Eu roubei de você uma parte sua e ela vai estar sempre aqui comigo. Levei de ti uma das suas melhores partes: aquela que me fez sorrir, aquela que me fez te amar. Aquele teu sorriso, sabe? Aquele que era só meu. Era meu e levei pra mim. Guardo junto ao peito e lembro do quanto era gostoso aquele sorriso largo de dentes brancos, nariz comprido olhos apertados, cabelos cacheados. Guardo no peito e vou levando a saudade, que não vai mais ser matada, por ser muito boa de sentir.
Sinto que vou escrever o mundo. Eu já deveria ter parado, mas o fluxo segue. As palavras só vão saindo. Acho que sinto a tua falta, porém não te quero mais. O baile segue, de qualquer forma.
Mas deixa assim que tá gostoso. Essa saudade do que eu nunca mais quero ter.
terça-feira, 5 de agosto de 2014
Uma viagem ácida.
Quem é o ser humano? Quem é você? Tu, homem estúpido e cruel, que destrói as fantasias de quem quer viver, de quem quer sonhar, de quem quer ser livre, de quem quer respirar. Vestimos a carapuça que a sociedade nos coloca, como se fôssemos meros robôs, que são jogados nessa fábrica que é o mundo, e que não é para se ter vida, é para sermos escravos de uma mentira que é vendida para nós como se fosse a vida. Não me escraviza, humanidade, eu quero ar, quero liberdade, quero sem destino e quero solidão. Quero desatinar, quero o descontrole, quero me jogar, quero viver e não quero pensar, quero agarrar-me à liberdade de viver, mas não viver dessa forma falsificada de vida que dizem que devemos viver. Quem diz? Por que?
Palmilharei por aí, tentando descobrir, tentando encontrar, sempre permitir e nunca negar, o não é uma mentira obstinada das pessoas que se negam a se libertar dessa escrotidão de vida, que não te permite ficar de braços abertos contra o vento, sentindo o vento entrar e sair da sua cabeça, ouvir o barulho do vento fazendo a curva, só sentir, só sonhar, só curtir, só imaginar. Só viver.
quarta-feira, 30 de julho de 2014
Mankind has got to know his limitations
Mas não dava. Eu entendi que aquele era o meu limite. Pelo menos naquele momento. Quem sabe em um outro dia desses em que o vento não chacoalhasse tanto o meu corpo. Claro que vou subir até o fim daqui a pouco. Mas ontem não. Vai ser em um dia de lua nova, bem assim.
Mas foi bom internalizar sozinha na metade da torre. Ter que conversar comigo mesmo. Os cinco janelões te envolvendo. As luzes das estrelas te encarando. Você e só você. O vento bruto e assustador, te lembrando que para tudo se tem uma motivo e uma razão. É necessário olhar para dentro. Se auto analisar. Pensar em seus medos e suas coragens. Mas aquele céu, ah! Aquele céu" Mágico, infinito e brilhante. Bom para se trancar em si mesmo e olhar para dentro, sendo iluminada por aquele céu. E aí depois de se explorar por um tempo que parecia muito e ao mesmo tempo pouco, seus amigos voltam.
Mas depois de descer a torre, plenos por estarem em contato com o céu (ok, e com a radiação), é decidido que a trip não deve acabar ali. E aí se anda por uma estrada de chão batido. E aí se chega ao lago. O lago mágico, o mágico lago. Você olha pro céu e vê várias estrelas cadentes de relance. Observa algumas de canto de olho. Joga a cabeça pra trás, olha pra cima e vê a constelação de Escorpião. Linda, reluzente e clara. Claríssima.
É. Existem noites em que a magia não está no alto de uma torre. Está no meio dela.
segunda-feira, 21 de julho de 2014
As pequenas coisas.
Gosto de vir pra casa da minha mãe. Gosto de fugir um pouco da minha solidão e me encontrar na presença das gêmeas, com o meu irmão se tornando mais alto que eu, mesmo 9 anos mais novo (e eu nem sou baixinha, juro!).
Mas tem pequenas coisas que eu gosto resumidas, que são:
- quando eu acordo, geralmente é com a Lili me olhando e querendo deitar comigo. Sempre sempre sempre ela faz isso, traz o paninho dela e vem deitar comigo na cama.
- gosto de deitar com a Thaíssa e ela encosta a testa e o nariz na minha testa e nariz e fica me olhando, de olhão arregalado. A Thaíssa tem um jeito todo dela, só dela, de se expressar.
- gosto de como minha mãe sempre faz bolo antes de eu voltar pra casa. É tipo uma coisa pra dizer "fica, vai ter bolo".
- a Thaíssa sempre me estranha nos primeiros dez minutos que eu venho pra cá depois de um mês ou mais. Se eu tenho chegar nela, ela faz birra e chora. Aí de repente tô no sofá, ela sobe no sofá e se deita nas minhas pernas. É sempre a birra inicial de ficar com raiva de mim por eu ter ficado muito tempo longe.
- a Lissandra agora tá aprendendo a falar, e com a Dora, a Aventureira. E aí ela começa a contar: "Um, dois, three, four, cinco". É uma graça.
- a Thaíssa é mais quieta e introspectiva ao passo que a Lissandra é bem mais sociável. E mesmo assim, quando ficam sozinhas, a gente só escuta as risadas delas brincando. Um amor <3
Essas pequenas coisas me fazem amar muito essas pequenas, essas viagens pra cá. Quero lembrar desses momentos quando eles forem embora, quando elas ficarem grandonas. Quero eternizar.
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terça-feira, 15 de julho de 2014
Mas era só mais um.
Decidiu me deixar em casa ao fim da noite. Perguntou se eu morava longe dali, retruquei indagando se ele me deixaria em casa mesmo se eu morasse longe. Ele tragou mais um pouco do cigarro e abriu um sorriso. "Lógico", ele disse. "O papo está muito bom pra você morar perto. Eu não queria encerrar o papo. Fiz o caminho mais longo pra casa. Era uma infinidade de assuntos sem fim. Lembro que em algum momento falei alguma coisa engraçada na hora que ele tava levando a fumaça pro pulmão. Ele abriu a boca e riu, a fumaça saiu. Achei aquilo tão bonito. Encantei-me um pouco mais.
Mesmo andando devagar e enrolando pra chegar em casa, ainda havia papo. Não sei como e nem por que, mas ainda havia dentro de nós várias questões a ser tratadas. Pensei em deixar algum assunto pra outra noite, mas ele pediu pra entrar e conversarmos mais. Apenas sorri e abri a porta, convidando ele pra subir as escadas e entrar no meu apartamento. "A sala é pros fumantes", eu avisei. Ele logo se atirou em um dos sofás e eu fui pegar alguma bebida. "Não sei você", eu falei, logo dizendo: "mas eu prefiro um vinho." Ele perguntou o motivo de eu preferir vinho e eu falei que ia me esquentar. Ele me convidou pra sentar no sofá, sentei junto com ele. E aí todo o assunto pareceu acabar. Só ficamos abraçados, fumando. Uma aura de fumaça envolvia a gente. De repente eu não sentia mais frio. De repente ele entrou na minha vida e não foi só mais um. Esse ficou. E ainda fica.
sábado, 5 de julho de 2014
Sobre aquela vontade de escrever...
Ter 21 anos é querer viver. Eu quero viver. Então, no meu tempo livre, eu vivo.
É foda não ter internet em casa pra poder publicar seus textos na hora em que se quer. Tenho um monte de textos preparados e guardados, porém tô na faculdade usando o computador daqui e não posso postar.
Querido blog e queridos leitores: peço um pouco de paciência. Não irei abandoná-los. Vocês ainda vão ter que aguentar muito das minhas bobagens aqui.
Muito obrigada por todo o incondicional apoio.
segunda-feira, 23 de junho de 2014
Wherever tomorrow brings, I'll be there
With open arms and open eyes, yeah.
Saio caminhando por aí nas noites geladas. Desses dias em que a fumaça do cigarro se mistura à cerração que mora no ar da minha cidade. Dessas vezes em que você termina de ler um livro do Kerouac e quer sair andando por aí. E aí bate aquele desejo de ter uma linha de trem na sua cidade. Pra quê? Pra andar por entre os trilhos. Pra deitar nos trilhos até sentir eles tremendo e bater aquele medo, levantar correndo, sair dali e ver o trem passar. Mas eu também gosto de calma. Eu gosto também de sentar no alto de algum morro e ficar fumando meu cigarro enquanto observo uma gorda lua. Dessas luas enormes, sabe? Eu gosto. E aquele vento frio batendo no pescoço, fazendo arrepiar os pêlos da nuca. E eu gosto do frio. Principalmente daquele frio seco.
E a noite me agrada. Principalmente aquelas noites claras em que se dá pra ver a intensidade do brilho das estrelas. Mas minha alma quer andar. Palmilhar por aí. Não sei para onde, não sei por onde. O cérebro sai do comando e deixa a alma me guiar. A alma toma conta das minhas pernas e eu vou caminhando sem destino, sem direção. Acendo outro cigarro. Combustível. Deixo o vento me levar. Deixo a alma me guiar. É estranha e boa a sensação de plenitude de quando o corpo trabalha e a mente se aquieta. Enquanto isso, mais um cigarro. Vou caminhando por uma rua que nunca vi. Não sei onde vai dar. Acho que volto pra casa quando acabar a carteira de cigarros. Quando o corpo cansar. Quando a mente estiver satisfeita das caminhadas em que as pernas me levam.
Mas volto com a alma leve. Livre. E ao mesmo tempo, plena. Cheia de coisas boas. E livre das ruins. Volto com o pulmão cheio de fumaça, de nicotina. Na boca, o gosto doce que o cigarro deixa nos lábios. Nas bitucas do cigarro, marcas do meu batom vermelho. Volto pra casa e tem um livro de algum poeta beatnik em cima da cama. Mais um livro que vou ler, e quando terminar, onde vou bater? Não sei. Só sei que pra onde eu for, terei um bom casaco preto e no bolso um isqueiro e uma carteira de cigarros. E tô pronta pra outra.
quarta-feira, 18 de junho de 2014
A música que me satisfaz.
Música. Ah, a música. Quantos textos e músicas já não foram dedicados a essa coisa maravilhosa que tem o dom de mexer com nosso ânimos? Eu não sei viver sem música. Música é parte de mim desde... Sempre. Não houveram muitas ocasiões em que passei um dia inteiro sem ouvir pelo menos uma música. E nos raros casos em que isso aconteceu, eu fui dormir com o pensamento de que o dia tinha sido perdido. Que tinha sido em vão. E é isso que acontece quando fico sem escutar música: a vida fica sem sentido.
Música é algo que te envolve. Tem música que te anima e tem música que te destrói. Tem música que você escuta e lembra de coisas que você achava que tinha esquecido. Música é um negócio mágico, cara. É o melhor remédio natural para a maioria das coisas. Já pensou viver sem música? Já pensou como seria se todos os toques do celular fossem iguais? E se você não pudesse contar com aquela música pra explicar como você se sente? Complicado, né? Seria horrível.
Então, cada vez que eu escuto uma música que eu gosto, agradeço mentalmente quem a criou. Agradeço por que eu posso escutar. Fecho os olhos e sinto a vibe da música, me delicio na voz, me perco nos riffs de guitarra.. É mágico. É energia pura percorrendo seu corpo, é um sentimento de satisfação que preenche cada pedaço da sua alma. Música é isso. Acalento pra alma. Mesmo as músicas mais pesadas.
domingo, 15 de junho de 2014
Filha do vento
Eu gosto do vento. Da sensação do vento ao tocar minha pele. Suave e ao mesmo tempo marcante. Eu gosto de quando o vento bate forte, de arrepiar pele, de bagunçar o cabelo, de fazer fecharem os olhos. Gosto de abrir e fechar a mão e apreciar a sensação do vento fugindo descontroladamente de minhas mãos, como se nada pudesse o controlar. E nada pode mesmo. O vento tem uma vida que só nele floresce. Essa força natural que desateia nós e destelha casas. Imponente e curiosa. Intensa ou generosa. Aflição em dias de chuva, alívio nos de calor.
Eu gosto do vento. Gosto do barulho que ele faz quando o carro sai cortando a estrada e dá de encontro a ele. Gosto de imaginar a forma do vento. A cor do vento. Gosto de ouvi-lo chacoalhar enfeites de portas. Gosto do tremular que ele causa ás folhas de árvores. Do barulho que o vento faz quando entra na madeira e a faz ranger, como se a casa inteira reclamasse da artrite. O vento que sacode o vestido da moça. Que faz voar a capa do velho. Esse vento poderoso que gera energia com os parques eólicos. Éolos. Deus dos ventos. Controlador dessa força desatinada que parece não ter dono e nem direção.
Mas eu gosto de abrir meus braços contra o vento. Eu gosto de sentir o vento batendo em minhas costas, em minhas costelas. Eu gosto de sentir meu corpo bambear para frente e para trás com essa força, de sentir o corpo ameaçar desequilibrar mediante essa força. Eu amo o som do vento dobrando a esquina, fazendo a curva, e vindo de encontro até a mim. Eu quero a força e a serenidade do vento. Pudera eu voar para ter o vento como constante companheiro e amigo. O vento me agrada. O vento me acalma. O vento me contenta. O vento, ah, ele me tenta.
terça-feira, 3 de junho de 2014
Minhas tatuagens.
Essa foi a primeira e eu fiz no meu aniversário de 18 anos. O símbolo é algo que eu desenhava nos cadernos de escola quando eu tava inquieta/impaciente ou com raiva. Pra mim, significa o equilíbrio. Já procurei em livros e em sites de símbolos para ver se eu tirei essa ideia de algum lugar, mas não encontrei nada, então considero criação minha.
Essa eu fiz quando completei 19. Tem escrito Love is Dangerous e não ficou do jeito que eu queria. Eu queria bem fininha, mas acabou ficando assim. É uma homenagem ao blink-182, que tinha lançado há pouco tempo uma música com esse nome. A frase é atemporal. O amor era perigoso no tempo da minha bisavó, é perigoso hoje e sempre será perigoso.
Essa é o símbolos das relíquias da morte. Representa o meu amor eterno por Harry Potter <3
Isso é um heartagram. É o símbolo do HIM e significa o equilíbrio entre os extremos: a vida e a morte, o amor e o ódio. Ela chama muita atenção, por que pensam que é um pentagrama e sou uma satânica UISHADUASUIDHIUSADASHUID
Free Bird é uma música do Lynyrd Skynyrd que eu adoro e significa muito pra mim. Tatuei por que também significa minha liberdade, o fato de ter saído de casa, de ter aprendido a me virar... Eu simplesmente adoro essa tattoo <3
Essa eu fiz esses dias e ainda tá cicatrizando. São os símbolos dos integrantes do Led Zeppelin, que é uma das bandas que eu mais amo <3
Enfim, essas são minhas queridinhas e em breve vou fazer alguma coisa colorida no corpo :)
segunda-feira, 12 de maio de 2014
Your tears don't fall
Ela acumula coisas em seu peito. Menina-mulher que quer ser forte e assim tenta ser, segura o choro mesmo que não dê mais pra segurar a barra. Leva pancada da vida tal qual saco de areia e lutador, já apanhou tanto vivendo que hoje em dia nem se esforça mais em maquiar os hematomas. Deixa assim. Deixa levar. Mas leva de queixo erguido. Até o momento que não dá mais. Até o momento em que desaba e chorar.
E eu odeio ver essa moça chorar. Odeio quando ela leva uma porrada tão forte que as lágrimas quentes escorrem dos olhos. Eu odeio isso.
Mas não sou eu quem define o peso que a moça deve carregar nas costas. Ela só carrega e aguenta. Uns dias com sua força, outros nem tanto. E é isso.
Música: Tears Don't Fall - Bullet For My Valentine
sexta-feira, 9 de maio de 2014
I got wanderlust branded deeper than the bones
Vontade de colocar uma mochila nas costas. Vontade de me desapegar. Vontade de desprender-me do material e me prender à minh'alma.
Eu venho me sentindo presa. Aprisionada por mil e uma tarefas a fazer, por tantas e quantas responsabilidades que vou acumulando. Dessas épocas em que parece que tudoaconteceaomesmotempoagora. É. Bem assim. Sempre acho que em ocasiões assim o cérebro se expande, e você passa a ter a capacidade de conseguir fazer mais tarefas ao mesmo tempo.
Mas não é isso que eu quero. Há tempos eu venho buscando calma na alma. Há tempos eu tenho essa ânsia de me afastar de tudo e todos, quero parar e ficar sozinha, rodeada de mato, buscando um entendimento de mim mesma. Ou então viajar. Não importa pra onde, só quero que seja sozinha.
Alma intranquila - é, intranquila - e corpo cansado. Quero viajar por viajar, e não viajar por obrigação. Quero ter a alma mais leve, quero sair da zona urbana e me prender ao mato, às florestas ou a qualquer remanescente de natureza do jeito que tem que ser. Quero fazer as coisas sem pressas, quero sentir a terra molhada na minha mão, quero me perder em mim mesma pra depois em encontrar.
A mente anda cheia de coisas, baby. Tem horas que eu quero sair por aí conhecendo prédios abandonados, e em outros momentos eu quero me isolar, quero ficar cercada de natureza. E aí também bate aquela vontade de sair e conhecer gente nova, de outras cidades, de outros lugares. Acho que qualquer coisa assim limparia minha alma, me desintoxicaria desses bad feelings que o atarefamento está me dando.
Quero ir pra qualquer lugar com mais aproveitamento de vida e menos estresse. E tenho dito.
P.s.: Wanderlust é uma doença que eu tenho. É. É o desejo de ir. Pra onde? Pra qualquer lugar. Só ir.
P.s.²: Wanderlust também é uma música de uma das bandas que mais escuto: Megadeth. A frase do título será uma tatuagem no meu corpo, e talvez ainda esse ano.
P.s.³: Outra música boa sobre esse sentimento é Wherever I May Roam, do Metallica. Recomendo.
terça-feira, 29 de abril de 2014
Sobre as semanas que passaram - 03 e 04
01 música: Reptilia - The Strokes (indie, saia de mim!)
01 série: Hannibal
01 cd: Heaven And Hell - Black Sabbath
01 bebida: Bourbon Evan Williams
01 filme: Her
01 conquista: Aumento do salário dos estagiários
01 pub: Mobydick Irish Pub
As duas fotos da semana eu vou adicionar amanhã.
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Olá, tem paciência pra vender?
- Oi, me dá 7 doses de paciência, uma pra cada dia da semana.
A moça me olha embasbacada e logo faz uma cara como se eu tivesse brincando, e ao invés de falar alguma coisa, fica me olhando.
- Ahn... Moça, sete doses de paciência, e se puder, depressa, preciso de uma pra agora.
Ela sai do choque e responde:
- Moça, paciência não se vende. Se adquire.
Saio da farmácia e a decepção se acumula ao estresse, à impaciência e ao mau humor. Podia vender pequenas doses de paciência na farmácia, né? Podia. Ou então, eu podia encontrar algum traficante que vende, certo que me tornaria viciada.
Esses dias estão tão loucos. Trabalho, faculdade, projeto de pesquisa, parece que tudo se acumula e tudo se transforma numa bolha de problemas. Falta tempo pra ler um livro, assistir um filme, ou simplesmente ficar olhando pro além, sem fazer nada.
E aí tem esse momento em que eu largo tudo. Deixo tudo de lado e me dedico à mim por um tempo. E eu escuto uma boa música, fico deitada no sofá, faço palavras cruzadas e dou um pause na vida, me preocupo com isso depois...
Mas ainda quero umas doses de paciência.
terça-feira, 15 de abril de 2014
Sobre a semana que passou - 02
01 música: Clint Eastwood - Gorillaz
01 livro: O Cemitério de Praga - Umberto Eco
01 dvd: Hell Freezes Over - Eagles
01 bebida: Chopp de cerveja estilo dunkel, da Cervejaria do Farol
01 vinil: Led Zeppelin IV - Led Zeppelin
01 comida: American Burger, do Taylor's
01 blog: Notas sobre uma escolha.
01 filme: Os Infiltrados - Martin Scorsese
01 loja: Kafé Acessórios
01 desejo: Instax Mini 8 Amarela + filmes
01 foto:
terça-feira, 8 de abril de 2014
Sobre a semana que passou - 01
Sigo o blog Matheus e Seus Delírios e vejo ele fazer toda semana esse tipo de post. E aí, como eu gosto de boas ideias, resolvi imitar.
01 música: One For The Road - Arctic Monkeys
01 show: Esteban + Fresno @ Casa do Gaúcho
01 livro: O Lado Bom Da Vida - Matthew Quick
01 bebida: Hidromel da Casa de Chá
01 episódio: O terceiro da terceira temporada de Sherlock.
01 comida: Temaki de salmão do Japesca
01 foto:
segunda-feira, 7 de abril de 2014
E em meio à tanta desilusão...
Eu poderia dizer que ainda há uma chance, mas a chance foi-se embora como um trem que parte, e ficamos na estação a encarar os trilhos. Deixamos de acreditar em finais felizes, simplesmente por termos visto tantas vezes esses fins que entristecem, desses que fazem a vida ficar meio que em preto e branco, dessas cenas que geram uma angústia na pessoa. Vi e vivi tantos casos desses, que me tornei uma descrente, olho com cinismo para todas essas coisas que agora julgo como "bobageiras de amor". São besteiras, romancinhos e brincadeiras, e vamos tentando levar a vida fingindo que não queremos isso.
O problema é que a gente quer. O problema é que estamos constantemente sonhando escondidos, imaginando um fim de tarde chuvoso e uma cama com um alguém pra partilhar um edredom com você. O dilema está no fato de que queremos e não temos, de que desejamos, mas negamos. Mas a vontade é de ter alguém pra te segurar a mão no meio de uma bebedeira dessas em que o riso se esvai no ar, dessas em que a gente entra numa bad e fica pensando se estamos mesmo felizes ou só desperdiçando sorrisos.
Mas será que vamos ser felizes em meio a tanto desalento? O mais triste é que a esperança se perdeu em algum momento, desejamos novamente a capacidade de enternecer, contudo não é isso o que temos em mãos. A epifania tomou conta e logo percebemos que a vida não é um conto de fadas, que o amor tem prazo de validade e que logo se acaba o fulgor.
A dificuldade se encontra nas vezes em que demos murro em ponta de faca. Em todas as ocasiões em que nos abrimos o coração para amar e amamos esperando ser amados, porém a reciprocidade faltou. E aí o coração amargou, o riso broxou, a tristeza surgiu, a felicidade sumiu. Mas vamos vivendo. É, vamos assim, com medo de amar de novo e novamente quebrar a cara. Enganando aos outros e a nós mesmos, pretendemos ser pessoas que não sentem. Nos tornamos pessoas que mentem.
(E sim, eu sumi. Semestre louco na faculdade e eu super atarefada. Mas tô aqui e tô de volta, tentando resgatar a essência dos meus antigos textos. Obrigada pela paciência.)
sexta-feira, 14 de março de 2014
I've dreamt about you nearly every night this week
Sonhei com você aqui. Aliás, como não sonhar? É aquela fase em que você passa o dia pensando em alguém, e inevitavelmente, acaba sonhando com essa pessoa. É desses truques da mente pra não te deixar esquecer da pessoa nem por um segundo, nem durante seu sono. E aí dá aquela vontade de quando acordar, olhar pro lado e ver que não é um sonho e que a pessoa tá ali do seu lado, se perguntando por que você sorri enquanto dorme.
É que cada vez que eu sonho contigo é uma delícia, e toda vez que eu acordo e não te vejo ali é uma tortura. Fico torcendo para essa meretriz que é o tempo girar rápido os ponteiros do relógio da vida, girar rápido o suficiente pro mundo ter um você e eu mais próximos. E eu gosto de você por que você me acompanha no bloco do eu e você e nós dois não mais sozinhos. E eu gosto de te ter por que me faz feliz te ver feliz.
Corre depressa, tempo. Quero ter o meu amor e deixar ele tomar conta de mim.
segunda-feira, 10 de março de 2014
As gêmeas
[caption id="attachment_378" align="aligncenter" width="620"]
Minha mãe me arrumou mais dois irmãos ou irmãs. Aos 40. Descobrimos que eram duas meninas. A gravidez era de risco, mas elas nasceram. E a nossa supresa ia aumentando à medida que elas iam crescendo. Uma loirinha e branquinha, outra morena. Uma mais alta, outra mais baixa. Uma mais cheinha, outra mais magrinha. Uma comunicativa e brincalhona, a outra mais quieta. A morena é a Lissandra, a mais nova, a mais baixinha, a mais arteira. A loirinha é a Thaíssa, a que nasceu primeiro, que quase foi perdida, já que os sangramentos prejudicavam ela, que tava mais em baixo. Pessoalmente, a Lili brinca e interage mais que a Thaíssa. Fotograficamente, é ao contrário. A Thaíssa é fotogênica sem fazer esforço, deixa minhas fotos mais bonitas, enquanto a Lissandra faz de tudo pra não ser fotografada. Mas enfim. Contemplem as fotos.
Obrigada por acompanharem até aqui, um grande beijo!
domingo, 2 de março de 2014
Oh chuva, só peço que caia devagar...
Faz um ano que eu sou moradora da Serra Gaucha. Fui me acostumando com esse tempo maluco, que nesses tempos de "verão", a gente pode usar um shortinho de tarde, mas se fica mais um pouco com shortinho, te prepara pro frio!
Mas eu vim de um lugar onde o frio é palavra que causa inveja. Eu vim de um lugar seco, vim do sertão, que não é exatamente do jeito que as pessoas imaginam. Eu não os culpo, pra falar a verdade. Se você ligar a televisão na hora do jornal e passar falando sobre a seca, vão falar sobre a seca. Não falam sobre a parte promissora do sertão. Quando falam de Quixeramobim (minha cidade, minha terra, meu eterno lar e o lugar que eu defendo com um orgulho doido, e que aponto o dedo onde estão os erros), não falam da cidade que cresce rapidamente, que se torna completamente diferente de um ano para o outro. Não. Eles falam sobre a seca.
Me doi tanto. Me machuca o coração, me aperta o peito, me aflige e me enlouquece lembrar de como a situação estava. Ir no interior (interior para nós, quixeramobinenses, não são as cidades fora da região metropolitana, mas sim os distritos da cidade) e ver carcaças de vacas mortas. Ver banco filho da p*** explorando o agricultor que não teve safra boa, mas que vai ter que pagar as dívidas com juros altíssimos. Ver todas as plantas amarelinhas, o sofrimento no rosto desse povo que é tão querido e tão humilde. Não humilde de ser pobre, de não ter riqueza. Humilde de ser gente maravilhosa de boa, que não pensa em maldade, que faz de tudo pra ajudar. Eu tô aqui, fazendo Gestão Ambiental, tentando descobrir uma maneira de fazer algo pra melhorar a situação. Ainda sou dessas que sonha em melhorar o mundo. Ah, dane-se. Tenho vinte e um anos e gosto de ser assim, e daí?
Quando eu cheguei aqui no Rio Grande do Sul, o calor tava forte. Quatro dias depois, esfriou um pouco e deu aqueles dias de manhã e tarde escuros, de tempo cinza. Começou a chover. Dentro de mim não choveu, mas de repente eu fiquei tão cheia que a água transbordou pelos olhos. Quis sair pra tomar banho de chuva, mas meu namorado na época não me deixou. Ele não entendia. Não entendia que eu tinha visto algo que eu vira durante 15 minutos (se muito) durante um ano inteiro. Que eu tinha acabado de sair de uma terra onde as vaquinhas estavam magricelas e caindo de tão fracas. Onde caiam, acabavam morrendo. Vocês aí, na frente do computador, não sabem o quão triste é viver em um lugar onde a água se recusa a descer do céu e nos fazer uma visitinha. Eu vim de uma terra que o padroeiro é São José e no Dia de São José (que é 19 de março) tem que chover. Se a chuva for forte e longa, felicidade no sertão! Se for fraquinha, só adianta rezar e esperar que seja melhor do que o esperado. Se não tiver chuva, a tristeza se espalha entre os agricultores. Sempre acompanhei com muito carinho essa crença, mesmo sendo criada por uma mãe evangélica e me tornando descrente de qualquer coisa lá pelos quinze. Hoje (26/02) tá chovendo aqui e eu sinto vontade de chorar. Por que apesar de a situação estar realmente melhor, de ter chovido bem mais que o mesmo período do ano passado (e muito mais que no ano retrasado, que foi um dos piores dos últimos sei lá quantos anos), eu quero mais chuva no Ceará. Me pego constantemente pensando: "uns com tanto, outros com tão pouco." Eu chego a desgostar da chuva aqui. Fecho a cara quando chove, penso que vou ter que calçar bota, carregar guarda-chuva pra todo lado e mesmo assim chegar encharcada em qualquer lugar que eu visite.
Queria mandar essa chuva pro Ceará. Queria molhar a minha terrinha. Queria que minhas lágrimas (eu sou boba e choro escrevendo, perdoem) se multiplicassem e se transformassem em chuva pra abençoar meu povo. Pra fazer o mato crescer, e minhas vaquinhas comendo e ficando fortinhas (ganhei uma vaca, a Manchete, quando nasci e outra, a Guria, quando fiz 7 anos, tenho uma pequenininha "plantação de vacas", como eu falava quando criança). Só quero é que chova mais e que as coisas por aquelas bandas de aculá melhorem.
Eu só quero é ver as gotas de chuva caindo no rosto do povo do sertão. É o que eu quero.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
A lomografia é mesmo um amor
A lomografia começou com pessoas usando a câmera LOMO LC-A, mas o termo abrange todas as câmeras analógicas. Sim. Aquelas câmeras em que você só vê o que tá fotogrando por um visor mínimo, que não te dá garantia que o resultado da foto é o que você está vendo no visor. A lomografia é o ato de usar câmeras em que não dá pra excluir a foto assim que tira. A lomografia é usar câmeras que usam rolo de filme, fotografar às cegas e depois mandar revelar o filme.
Primeiro de tudo: eu gosto de gente teimosa. De gente que rema contra a maré. Enquanto cada dia as câmeras digitais ficam mais modernas, mais baratas e complexas, lomografar (transformei em verbo) significa explorar um lado novo do mundo da fotografia. Mas enfim, criei seleção de fotos feitas usando câmeras analógicas. Vamos ver? <3
P.s.: todas as fotos estão creditadas, para saber quem tirou a foto, é só clicar nela :)
Eu tenho muita vontade de comprar uma e começar a fotografar, porém é algo que não tenho condiçõe$ de fazer agora :/ Até mesmo por que eu sou ambiciosa e quero começar com uma Fisheye. Mas se você tem grana pra comprar e quer começar, eu vou indicar alguns sites pra vocês:
- Lomogracinha (de onde eu peguei a maioria das fotos, porém também creditei o autor);
- Queimando Filme (de onde eu descobri fotógrafos novos e me perdi horas lendo os textos);
- Lomography (o site que dá base a esse movimento).
No Flickr vocês podem encontrar mais fotos também, é só digitar "lomography" no campo de pesquisa ;)
P.s.: eu gosto de escrever pra mim e esse post parece ser para os outros... Mas eu precisava juntar algumas das minhas fotos preferidas dos últimos tempos em um post. No fim das contas, apresento uma coisa super bacana pra vocês e tenho onde salvar meus links ;)
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Quelqu'un M'a Dit.
Me falaram que o tempo não é exatamente um substantivo masculino, e sim um substantivo feminino, por ser uma meretriz. É, uma meretriz. Dessas que cobram caro por poucas horas de prazer, que te levam não só o seu dinheiro, mas sim sua energia. Mas o tempo é uma meretriz que faz tão bem o seu trabalho que as horas passam rápido. O tempo é uma meretriz, sim, e das boas.
De repente eu vi que minhas irmãs que antes tinham 45cm e agora já estão em idade de entrar na creche, que aprenderam a falar "piscina" quando queriam se refrescar no meio do calorão. De repente vi que já vou entrar no 3º semestre da faculdade, que já tem um ano que eu tô morando sozinha, me mantendo sozinha e longe de casa. De repente vi que já tenho mais de duas décadas de vida e que wow, vivi tanta coisa. De repente vi que já passou de um ano que eu abandonei o Ceará e deixou bons amigos lá, amizades essas que a meretriz que é o tempo não conseguiu apagar ou destruir, e acho que nem vai.
O tempo voa, e quando se vê, já foi. E aí ficam só as fotos, as lembranças e alguns sentimentos. Mas o tempo é uma peneira. Essa meretriz é uma peneira. Deixa passar algumas coisas que vão se embora e esvaem-se por aí, não te pertencem mais. Deixa algumas coisas que tem que ficar. Mas quem controla a peneira-tempo-meretriz somos nós. Nós que filtramos o que fica de bom e ruim, nós que temos o poder de aproveitar as coisas boas e somos nós quem temos a chance de viver o que há pra viver enquanto temos a oportunidade.
Depois, meu bem, o tempo-meretriz-peneira vira vento e leva tudo embora e só deixa resquícios. Viva, ame e aproveite intensamente. É o que eu tenho a dizer hoje. E é o que eu tô levando pra vida, viu? Cada dia mais e mais.
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Clódistock + realização de itens do 101 em 1001
Fomos pra Viamão, pra casa do pai dele, e cara, foi muito louco. Fizemos uma festa de 25hrs! Uns iam dormir e outros ficavam na festa, depois esses iam dormir e os outros voltavam. Banho de piscina às 5hrs da manhã? Checked! Vôlei sem parar (aliás, outro item do 101 em 1001 realizado)? Checked! Churrasco delicioso no almoço e no jantar? Checked! Bebemos horrores e ninguém ficou bêbado, só naquele estado de alegria. Gente, era MUITA cerveja. As músicas estavam sensacionais, e no meio da noite o Clódis fez seu show de pirotecnia. SENSACIONAL!
Pra ver melhor as fotos e as legendas, é só clicar em uma e ir passando! Boa quinta pra vocês :)
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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
They hold no quarter
Mas você tem que seguir em frente. Não pode se entregar pra esse mundo que só quer te derrubar.
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
Protège-moi
Preciso de segurança. Preciso de colo, preciso de conforto. Preciso fugir de mim e esbarrar em ti. Preciso encontrar minha casa em seus braços, um carinho em seu abraço. Preciso desesperadamente me sentir segura do mundo lá fora, que me amedronta, que açoita os meus medos e me perturba. Quero esse teu olhar seguro. Essa tua cara de quem sempre sabe o que fazer. De quem sempre tá ali pra me defender. Eu que sou tão independente, tão segura de mim mesmo, preciso do teu abrigo. É o que eu quero, é o que eu preciso.
P.s.: isso não foi escrito pensando em ninguém, antes que perguntem.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
O amor que é o meu quarto
P.s.: Clica em cada foto pra ver maior :)
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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Well, baby I'm too busy being yours to fall for somebody new
Arctic Monkeys tocava repetidamente a sua Do I Wanna Know? no meu computador. Eu, deitada na cama, de calcinha e sutiã, fumando um cigarro. Ele, só com aquela calça jeans sem cinto, deixando aparecer um pouco da cueca. Como eu adorava olhar aquele corpo magro dele, aquele cabelo comprido e escuro, contrastando com sua pele clara. Olhei pra ele e dei um sorriso em meio a fumaça do cigarro. Ele sorriu de volta enquanto buscava entre a minha bagunça misturada com a dele o livro do Bukowski que ele estava lendo. Achou o livro, deitou do meu lado. Olhei pra ele e logo senti todo aquele amor e admiração completamente interligado ao tesão. Larguei o cigarro. Beijei-lhe a boca. Ele largou o livro, veio por cima de mim com uma cara de quem ia me dar exatamente o que eu queria. Respirei sofregamente. Morri a minha pequena morte mais uma vez.
Amei mais e mais aquele cara. A cada nova música do AM que tocava e ele me beijava de um jeito diferente, correspondente ao ritmo da música. O tempo corria devagar, no ritmo da música também. E eu sabia a cada sorriso safado que aquele corpo era meu. E sabia que a cada "eu te amo" aquela alma era minha. E nada me fazia me sentir mais satisfeita. E eu não amava nada como eu amava curtir a solidão à dois, escutando aquele cd, transando e fumando meu cigarro.
A verdade é que eu estava constantemente a beira de beijá-lo. Sem parar. Sem respirar. Morrendo mais e mais profundamente a cada vez. Sem freio. Sem noção de tempo. Talvez eu esteja muito ocupada sendo sua para me apaixonar por mais alguém.