Arctic Monkeys tocava repetidamente a sua Do I Wanna Know? no meu computador. Eu, deitada na cama, de calcinha e sutiã, fumando um cigarro. Ele, só com aquela calça jeans sem cinto, deixando aparecer um pouco da cueca. Como eu adorava olhar aquele corpo magro dele, aquele cabelo comprido e escuro, contrastando com sua pele clara. Olhei pra ele e dei um sorriso em meio a fumaça do cigarro. Ele sorriu de volta enquanto buscava entre a minha bagunça misturada com a dele o livro do Bukowski que ele estava lendo. Achou o livro, deitou do meu lado. Olhei pra ele e logo senti todo aquele amor e admiração completamente interligado ao tesão. Larguei o cigarro. Beijei-lhe a boca. Ele largou o livro, veio por cima de mim com uma cara de quem ia me dar exatamente o que eu queria. Respirei sofregamente. Morri a minha pequena morte mais uma vez.
Amei mais e mais aquele cara. A cada nova música do AM que tocava e ele me beijava de um jeito diferente, correspondente ao ritmo da música. O tempo corria devagar, no ritmo da música também. E eu sabia a cada sorriso safado que aquele corpo era meu. E sabia que a cada "eu te amo" aquela alma era minha. E nada me fazia me sentir mais satisfeita. E eu não amava nada como eu amava curtir a solidão à dois, escutando aquele cd, transando e fumando meu cigarro.
A verdade é que eu estava constantemente a beira de beijá-lo. Sem parar. Sem respirar. Morrendo mais e mais profundamente a cada vez. Sem freio. Sem noção de tempo. Talvez eu esteja muito ocupada sendo sua para me apaixonar por mais alguém.
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