segunda-feira, 30 de março de 2015

It's just a freight train coming your way.

Aquele momento de incerteza. Aquele momento de desgosto. De descontentamento. De desespero. Aqueles dias em que nada parece estar bom, em que você tem vontade de mudar tudo. De jogar tudo pro alto. De ligar o foda-se geral. De descartar tudo que não te faz bem. De mudar várias coisas. Cortar o cabelo, mandar aquela pessoa à merda. Vontade de afastar-se de tudo e de todos, de viver uma nova vida, por que aquela está te machucando. E sim, você sabe que vai conseguir passar por aquilo tudo se não conseguir mudar nada. Mas o desgaste de passar por tudo isso é grande. Daquelas experiências que quando acabam a gente solta um longo suspiro, como se não soubéssemos o que fazer. Sei lá. Existe algum botão que dê pra gente apertar e mudar algumas coisas? Como os sentimentos que temos por alguém, a sensação ruim de desespero por não ter dinheiro pra pagar tal conta. Ou aquele sentimento de esperança seguido de decepção: você achava que tinha enxergado uma luz no fim do túnel, mas é um trem desgovernado vindo na sua direção. Aquela hora que você tem vontade de dormir e acordar com uma outra vida. Uma melhor que essa, quem sabe. Aquela vontade de desligar o mundo. Ou melhor, de apertar o botão de reset, pra ver se reinicia de uma vez melhor. Não dá pra reiniciar nossa vida, do jeito que fazíamos pra reiniciar a vida dos tamagotchis? Acho que não. Esses dias que a gente cansa de tudo. Quer fazer tudo diferente. E mesmo assim, respiramos fundo e conseguimos seguir em frente. Não sei como e nem porque. Só seguimos.

sábado, 21 de março de 2015

A cor da tua alma reflete na minha

Ei, moça! Sabia que você tem o exemplar de alma mais bonita do mundo? Dessas feitas de tecido translúcido multicolorido, cor de rabo de cometa, cor de arco-iris pós dia triste de chuva, as cores de quem sabe alegrar o dia de qualquer um.

Ei, moça! É, você mesma, moça! Você que ri vendo tv. Você que bate o pé quando não fazem algo do teu jeito. Você que deita no chão pra ler um livro, e às vezes o lê de cabeça pra baixo, dando um sentido a história que só você entende. Teu rosto é feito de sonhos e teus braços feitos de carinho. E se eu pudesse, estaria todo dia do teu ladinho.

Você é linda, moça. Você me encantou desde que vi naquele primeiro dia. Desde que invadi uma sala pra te conhecer. Te amei desde o primeiro momento. Te cuidei desde o primeiro segundo. És tão minha como se tivesse saído de mim. Eu te amo, te amo e te amo.

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Olá, outra moça. Você dos cabelos cacheados. Você, minha baixinha, meu pingo de gente, meu pontinho do "i", meu coração fora do peito. Você e suas bochechas gordinhas. Você e sua esperteza que impressiona. Tu, mocinha, que cuida de todo mundo. Você é um anjo que apareceu pra colocar um sorriso no nosso rosto.

Você e seu gosto por moda. Seu fashionismo. Você e suas roupas escolhidas a dedo. Você e suas unhas pintadas, de cor clarinha, cor de pele ou cor de céu. Você e seu sorriso lindo, cheio de dentinhos, a coisinha mais apertável do mundo. Você e seu amor sem fim. Seu carinho por todos e por mim.

Você e sua língua que só você entende. Mas acha que todo mundo entende. E nos faz rir. Linda, toda linda, cheia de encanto. Eu te amo daqui até o ponto mais distante da galáxia.

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Textos, respectivamente, pra Thaíssa e Lissandra. Minhas irmãs gêmeas de 3 anos e meio <3

terça-feira, 17 de março de 2015

pequena constatação do mundo atual

o país tem fome
a ganância consome
a esperança some
a solidão come

as pessoas brigam
as crianças gritam
os tanques atiram

e eu fico aqui assistindo tudo sem saber o que fazer, vendo o ódio crescer, vendo a humanidade se perder

terça-feira, 10 de março de 2015

Te puedo ver en mi, me puedo ver en vos

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Chove e eu escuto Inmigrantes. "Caen las hojas, cae la lluvia, cae tu ropa en mi cama... todo cae." Impossível não lembrar dessa mistura de eu e você que somos nós dois. E mais uma vez, me pego desejando aquela noite de chuva em que nada seria capaz de me esquentar mais que teu corpo. Nem o cobertor mais quentinho. Nem a bebida mais forte. Só teu corpo ao lado do meu, tuas pernas entrelaçadas nas minhas, teu sorriso bonito na minha direção.

Mas agora chove e chove, e não para de chover. E eu aqui, querendo deitar com você, querendo preencher todo o espaço de um colchão de solteiro com mãos, braços e abraços de nós dois. O planeta Terra deu sete voltas completas ao redor do Sol e eu continuo desejando você. Quantas estações vieram e foram embora e eu carreguei comigo essa saudade que nunca esvaziava meu peito. Vários solstícios de inverno e querer tua presença sempre foi uma constante. Te sentir, te admirar. Deitar em qualquer lugar contigo e traçar linhas nas tuas costas com meus dedos. Decorar tuas expressões.

"El alma se llenó" sempre será nossa música. Por que é sempre amor, mesmo que mude. E nós mudamos. Mais de cinquenta mil horas passaram e nos fizeram mudar. É sempre amor mesmo que alguém e esqueça o que passou. Mas nós não esquecemos. Tu não esquece o calor dos meus braços. Eu não esqueço teus carinhos reconfortantes.

Continua chovendo. Toca Bidê ou Balde e Inmigrantes. Sim, sempre serão nossas músicas. E sim, continua chovendo e vai chover muitos dias ainda. Mas nos próximos dias de chuva assim, eu quero estar com você. Sorrindo com teu sorriso. Quentinha nos teus braços. Feliz de coração.