Ontem foi o dia de entender e respeitar minhas limitações. Subir numa torre de telefone na calada da noite, quase 90 metros de altura, e um vento, ah! Um vento aterrorizante. Mas olha, um vento tão, mas tão forte. Tão seguro de si mesmo. Tão majestoso e magnífico, e também tão assustador. Foi dessas noites geladas de julho, quase 1.000 metros de altitude e... eu só cheguei na metade da torre. O barulho do vento me aterrorizou. Me estagnou. Eu não conseguia mais subir. Não era cansaço. Era só pânico. Não era o medo de altura. Era o medo do vento. O vento parecia que ia engolir a torre. Que ia me derrubar se eu subisse mais um lance de escadas. "Tu já passou da metade, vamos lá."
Mas não dava. Eu entendi que aquele era o meu limite. Pelo menos naquele momento. Quem sabe em um outro dia desses em que o vento não chacoalhasse tanto o meu corpo. Claro que vou subir até o fim daqui a pouco. Mas ontem não. Vai ser em um dia de lua nova, bem assim.
Mas foi bom internalizar sozinha na metade da torre. Ter que conversar comigo mesmo. Os cinco janelões te envolvendo. As luzes das estrelas te encarando. Você e só você. O vento bruto e assustador, te lembrando que para tudo se tem uma motivo e uma razão. É necessário olhar para dentro. Se auto analisar. Pensar em seus medos e suas coragens. Mas aquele céu, ah! Aquele céu" Mágico, infinito e brilhante. Bom para se trancar em si mesmo e olhar para dentro, sendo iluminada por aquele céu. E aí depois de se explorar por um tempo que parecia muito e ao mesmo tempo pouco, seus amigos voltam.
Mas depois de descer a torre, plenos por estarem em contato com o céu (ok, e com a radiação), é decidido que a trip não deve acabar ali. E aí se anda por uma estrada de chão batido. E aí se chega ao lago. O lago mágico, o mágico lago. Você olha pro céu e vê várias estrelas cadentes de relance. Observa algumas de canto de olho. Joga a cabeça pra trás, olha pra cima e vê a constelação de Escorpião. Linda, reluzente e clara. Claríssima.
É. Existem noites em que a magia não está no alto de uma torre. Está no meio dela.
quarta-feira, 30 de julho de 2014
segunda-feira, 21 de julho de 2014
As pequenas coisas.
Gosto de vir pra casa da minha mãe. Gosto de fugir um pouco da minha solidão e me encontrar na presença das gêmeas, com o meu irmão se tornando mais alto que eu, mesmo 9 anos mais novo (e eu nem sou baixinha, juro!).
Mas tem pequenas coisas que eu gosto resumidas, que são:
- quando eu acordo, geralmente é com a Lili me olhando e querendo deitar comigo. Sempre sempre sempre ela faz isso, traz o paninho dela e vem deitar comigo na cama.
- gosto de deitar com a Thaíssa e ela encosta a testa e o nariz na minha testa e nariz e fica me olhando, de olhão arregalado. A Thaíssa tem um jeito todo dela, só dela, de se expressar.
- gosto de como minha mãe sempre faz bolo antes de eu voltar pra casa. É tipo uma coisa pra dizer "fica, vai ter bolo".
- a Thaíssa sempre me estranha nos primeiros dez minutos que eu venho pra cá depois de um mês ou mais. Se eu tenho chegar nela, ela faz birra e chora. Aí de repente tô no sofá, ela sobe no sofá e se deita nas minhas pernas. É sempre a birra inicial de ficar com raiva de mim por eu ter ficado muito tempo longe.
- a Lissandra agora tá aprendendo a falar, e com a Dora, a Aventureira. E aí ela começa a contar: "Um, dois, three, four, cinco". É uma graça.
- a Thaíssa é mais quieta e introspectiva ao passo que a Lissandra é bem mais sociável. E mesmo assim, quando ficam sozinhas, a gente só escuta as risadas delas brincando. Um amor <3
Essas pequenas coisas me fazem amar muito essas pequenas, essas viagens pra cá. Quero lembrar desses momentos quando eles forem embora, quando elas ficarem grandonas. Quero eternizar.
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terça-feira, 15 de julho de 2014
Mas era só mais um.
Ele me falou que era fumante só de fim de semana. Debati-me com o pensamento que ou uma pessoa é fumante ou não é. Ele sorriu ao ver a contrariedade no meu rosto e falou que simplesmente não tem tempo de fumar. Que prefere fumar bebendo um copo de cerveja ou uma taça de vinho. Fiquei intrigada. Aquilo era estranho e sem sentido, mas ele tinha um sorriso tão bonito. Sabia como e quando sorrir. Fiquei conversando com ele e começamos a falar de uma vasta imensidão de coisas, desde os livros do Herman Hesse até a nova série de Cosmos. Perdi-me na conversa com ele. Mas ele me achou. Tinha um jeito todo seguro e ao mesmo tempo cauteloso de perguntar-me meus gostos e intimidades. É impossível apaixonar-se em uma noite, mas eu sempre tive um dom pra conseguir coisas que aos olhos dos outros não havia possibilidade.
Decidiu me deixar em casa ao fim da noite. Perguntou se eu morava longe dali, retruquei indagando se ele me deixaria em casa mesmo se eu morasse longe. Ele tragou mais um pouco do cigarro e abriu um sorriso. "Lógico", ele disse. "O papo está muito bom pra você morar perto. Eu não queria encerrar o papo. Fiz o caminho mais longo pra casa. Era uma infinidade de assuntos sem fim. Lembro que em algum momento falei alguma coisa engraçada na hora que ele tava levando a fumaça pro pulmão. Ele abriu a boca e riu, a fumaça saiu. Achei aquilo tão bonito. Encantei-me um pouco mais.
Mesmo andando devagar e enrolando pra chegar em casa, ainda havia papo. Não sei como e nem por que, mas ainda havia dentro de nós várias questões a ser tratadas. Pensei em deixar algum assunto pra outra noite, mas ele pediu pra entrar e conversarmos mais. Apenas sorri e abri a porta, convidando ele pra subir as escadas e entrar no meu apartamento. "A sala é pros fumantes", eu avisei. Ele logo se atirou em um dos sofás e eu fui pegar alguma bebida. "Não sei você", eu falei, logo dizendo: "mas eu prefiro um vinho." Ele perguntou o motivo de eu preferir vinho e eu falei que ia me esquentar. Ele me convidou pra sentar no sofá, sentei junto com ele. E aí todo o assunto pareceu acabar. Só ficamos abraçados, fumando. Uma aura de fumaça envolvia a gente. De repente eu não sentia mais frio. De repente ele entrou na minha vida e não foi só mais um. Esse ficou. E ainda fica.
Decidiu me deixar em casa ao fim da noite. Perguntou se eu morava longe dali, retruquei indagando se ele me deixaria em casa mesmo se eu morasse longe. Ele tragou mais um pouco do cigarro e abriu um sorriso. "Lógico", ele disse. "O papo está muito bom pra você morar perto. Eu não queria encerrar o papo. Fiz o caminho mais longo pra casa. Era uma infinidade de assuntos sem fim. Lembro que em algum momento falei alguma coisa engraçada na hora que ele tava levando a fumaça pro pulmão. Ele abriu a boca e riu, a fumaça saiu. Achei aquilo tão bonito. Encantei-me um pouco mais.
Mesmo andando devagar e enrolando pra chegar em casa, ainda havia papo. Não sei como e nem por que, mas ainda havia dentro de nós várias questões a ser tratadas. Pensei em deixar algum assunto pra outra noite, mas ele pediu pra entrar e conversarmos mais. Apenas sorri e abri a porta, convidando ele pra subir as escadas e entrar no meu apartamento. "A sala é pros fumantes", eu avisei. Ele logo se atirou em um dos sofás e eu fui pegar alguma bebida. "Não sei você", eu falei, logo dizendo: "mas eu prefiro um vinho." Ele perguntou o motivo de eu preferir vinho e eu falei que ia me esquentar. Ele me convidou pra sentar no sofá, sentei junto com ele. E aí todo o assunto pareceu acabar. Só ficamos abraçados, fumando. Uma aura de fumaça envolvia a gente. De repente eu não sentia mais frio. De repente ele entrou na minha vida e não foi só mais um. Esse ficou. E ainda fica.
sábado, 5 de julho de 2014
Sobre aquela vontade de escrever...
Mas aí culmina com um emprego novo à níveis de escravidão, um fim de semestre puxadíssimo (Bioquímica, eu te odeio) e falta de tempo pra mim mesma.
Ter 21 anos é querer viver. Eu quero viver. Então, no meu tempo livre, eu vivo.
É foda não ter internet em casa pra poder publicar seus textos na hora em que se quer. Tenho um monte de textos preparados e guardados, porém tô na faculdade usando o computador daqui e não posso postar.
Querido blog e queridos leitores: peço um pouco de paciência. Não irei abandoná-los. Vocês ainda vão ter que aguentar muito das minhas bobagens aqui.
Muito obrigada por todo o incondicional apoio.
Ter 21 anos é querer viver. Eu quero viver. Então, no meu tempo livre, eu vivo.
É foda não ter internet em casa pra poder publicar seus textos na hora em que se quer. Tenho um monte de textos preparados e guardados, porém tô na faculdade usando o computador daqui e não posso postar.
Querido blog e queridos leitores: peço um pouco de paciência. Não irei abandoná-los. Vocês ainda vão ter que aguentar muito das minhas bobagens aqui.
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